Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 27 de Setembro


Reflexão do Evangelho de Sexta-feira – 27 de Setembro

Lc 9, 18-22 – Confissão de S. Pedro

        

Como de costume, “Jesus se encontrava sozinho em oração”, na intimidade com o Pai. Assim foi quando escolheu os Apóstolos. Também agora, antes de introduzi-los no mistério de sua missão, cujo objetivo era formar e constituir o novo povo de Deus. Por isso, desejando associar os Apóstolos à sua missão, perguntou-lhes: “Quem dizem as multidões que eu sou?” A resposta de Pedro é significativa, imediata e direta, em nome de todos: “Tu és o Cristo de Deus”. As palavras de Pedro indicam não só a prova pela qual Jesus deverá passar, mas igualmente a fé dos discípulos, que hão de acolher a sua Paixão. É o seguimento da cruz, caminho de renúncia, necessário para encontrar-se nele e para decidir-se por Ele.  

Momento solene e revelador. Arrebatados ao âmago da vida de oração e de comunhão com o Pai, os olhos interiores dos Apóstolos se iluminam e eles reconhecem nas palavras de Jesus uma aquiescência implícita à sua missão de Servo Sofredor. Com efeito, chamando-o de “o Cristo de Deus”, o apóstolo reporta-se, evidentemente, ao Messias, compreendido não como um rei terreno e político, mas como o Salvador esperado e desejado por todos os homens, pois sua missão se estende para além dos horizontes de Israel e atinge todas as nações. É a realização da esperança messiânica: reunião de todas as gentes num só povo, o povo messiânico. Os gentios acolhidos são mais do que os prosélitos, vindos da diáspora, compreendem também todos os que se converteriam à sua Palavra, proclamada até as extremidades da terra.     

Mas há uma novidade maior. A ação de Jesus vai além da reconciliação dos homens com Deus e estende-se à comunhão dos homens entre si, graças à solidariedade com Ele, melhor, à inclusão nele de toda a humanidade regenerada. Bela é a expressão de S. Atanásio: “Deus se fez homem para que o homem se tornasse Deus”. Se a nossa humanidade é a mesma que foi assumida pelo Filho de Deus, então, podemos afirmar que a sua humanidade não é simplesmente semelhante à nossa, mas ela é de fato a que está em nós. Daí a sublime conclusão: nele, nós todos nos encontramos, de maneira que o retorno dele ao Pai já é nossa presença, em plenitude, junto de Deus. A missão alcança o seu escopo: no coração do Pai, o povo messiânico participa da perfeita unidade no amor.

 

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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