Reflexão do Evangelho de Sábado – 28 de Setembro


Reflexão do Evangelho de Sábado – 28 de Setembro

Lc 9, 43-45: Segundo anúncio da Paixão

 

         O primeiro anúncio da Paixão deu-se após a confissão de Pedro em Cesareia. Na ocasião, Jesus confere a Pedro uma função de primeiro plano em sua Igreja: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. Nesse momento, a missão do Mestre não lhe era ainda conhecida, em toda sua extensão, tornando incompreensíveis as suas palavras, que prenunciavam seu sofrimento e sua morte dolorosa. Menos ainda assimiláveis foram as que se referiam à sua paixão, apresentada como lei espiritual válida para todos os seus discípulos, mais tarde, submetidos ao martírio.

O segundo anúncio dá-se após o momento de glória no Tabor. Narra S. Cirilo de Alexandria: “Lá, Jesus se transfigurou diante deles, seu rosto resplandecia como o sol. Mostrou-lhes a glória com a qual, no tempo devido, ele ressuscitaria dos mortos. Prepara-os para que a hora da cruz e de sua morte não fosse ocasião de escândalo”. Apesar desse gesto carinhoso do Senhor e embora Pedro, deslumbrado, tenha externado o desejo de perpetuar aquele momento, os Apóstolos, mesmo assim, estranham suas palavras sobre a paixão. Consternados e tristes eles as ouvem, pois não tinham ainda entendido a razão do seu sofrimento e o papel que eles iriam desempenhar em tal acontecimento.      

A compreensão deles não é imediata, mas lenta, limitada e com sinais de dificuldades pessoais. Só após Pentecostes, graças ao Espírito Santo, eles irão compreender que foi justamente em sua morte que o Filho de Deus se uniu profundamente ao ser humano, identificando-se conosco na solidão da morte de cruz. Então seus olhos interiores, maravilhados, reconhecerão que o modelo eterno e imortal se une com a imagem pecadora e mortal, conduzida à sua restauração pela glória da ressurreição do Mestre.

Em suma, após a morte e ressureição de Jesus, eles experimentam, no amor misericordioso da cruz, sua realização e, dando a vida pela verdade, tornam-se prelúdio da ressurreição da humanidade e alimento da esperança de comunhão eterna. A partir da morte e ressurreição de Jesus, eles proclamam a vitória da vida sobre a morte e em cada gesto de paz e de libertação do mal, eles reconhecem a presença do Senhor da vida, lugar pentecostal, onde eles se elevam até Deus. A este respeito escreve S. Máximo: “O homem se eleva na mesma medida em que Deus se humilhou por amor dos homens, assumindo o pior de nossa condição”.  Introduzido no coração da Trindade, ele participa da geração eterna do Filho.

 

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

 

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