Reflexão do Evangelho do dia 10 de Setembro de 2013
Terça-feira – 10 de setembro
Lc 6, 12-19: Escolha dos Apóstolos
Logo no início de sua
vida pública, Jesus escolhe doze apóstolos entre os seus discípulos. Eles serão
a base da Igreja por ele instituída. São Lucas descreve nestes versículos a
escolha desses homens antes de o Senhor proferir o Sermão da Montanha, carta
magna da vida cristã. Naquela importante ocasião, Jesus, como nos momentos mais
significativos da sua vida, retira-se para orar. Escreve Santo Ambrósio: “Ele
não pede ao Pai por ele, mas ele julga oportuno suplicar ao Pai por nós como
nosso advogado”.
Dentre os discípulos, ele
escolhe Doze, aos quais dá o nome de Apóstolos, depositando neles toda a sua
confiança. “Apóstolo”, palavra grega, cujo significado é “enviado”, tem o
sentido de missionário e também de delegado ou representante. “Quem vos escuta,
a mim escuta”, diz o Mestre. E é como representante do Pai, enviado de Deus e
primeiro “Apóstolo”, que Jesus se apresenta aos homens. Os Doze serão
designados à sua imagem: “Ó Pai, como me enviaste ao mundo, eu também os enviei
ao mundo”. Sobre a missão dada a eles por Jesus, escreve Santo Ambrósio: “Eles
são semeadores da fé para tornar presente no mundo o auxílio da salvação dos
homens. Presta também atenção ao desígnio divino: ele não escolheu para o
apostolado pessoas sábias, ricas, nobres, mas pescadores e publicanos, pois não
devia parecer que eles atrairiam as multidões, por causa de sua sabedoria, nem
que as comprassem com suas riquezas. Muito menos as atraíssem à graça divina por
força de seu prestígio e de sua nobreza. Prevalecia o argumento intrínseco da
verdade, não a atração do discurso”.
Jesus os chama para que
“estejam com ele e para enviá-los em missão”. Eles devem estar com ele, para
conhecê-lo como o Filho amado do Pai celestial e serem testemunhas de sua vida
e ensinamentos. Ao mesmo tempo, como São João Damasceno ensina, Jesus os
escolhe para que, “através deles, nós que somos homens miseráveis e terrenos,
possamos chegar aos bens celestes”. Eles são enviados para levar a Sua
mensagem, em primeiro lugar às ovelhas perdidas de Israel, e depois “até os
confins da terra”.
Eles passam, a Igreja continua. E do mesmo
modo, a missão deles se estende no tempo, mediante seus sucessores. Mais tarde,
os Atos dos Apóstolos falam de Paulo e Barnabé, vindos posteriormente, e que
recebem o mesmo título de apóstolos. Forma-se o colégio apostólico, depois
perpetuado no colégio episcopal, do qual os bispos estarão investidos como
sucessores dos Apóstolos. Não se pode esquecer o caráter de delegado,
testemunha da Tradição, exercido pelo bispo como “sinal de unidade na
caridade”, na definição de Santo Inácio de Antioquia.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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