Reflexão do Evangelho de Quarta-feira – 25 de Setembro
Reflexão do Evangelho
de Quarta-feira – 25 de Setembro
Lc 9, 1-6 – A missão
dos Doze
Convocando
os Doze, Jesus os “envia a proclamar o Reino de Deus e a curar”. A ação do
Mestre se estende e se multiplica, delineando a futura missão dos Apóstolos,
que deverão levar sua mensagem por todo o mundo. Com ênfase, Ele recomenda-lhes
não levarem nada consigo, pois os quer livres de todo apego aos bens materiais
e de toda preocupação em obter posses terrenas. Porém, nas areias áridas do
desprendimento, suspirando por um refrigério, oásis de Paz, eles miram nos
horizontes o vulto do Senhor, que os proverá. “A glória deles, reflete S.
Cirilo de Alexandria, não é a de não possuírem nada, mas a de se colocarem nas
mãos divinas”. Recupera-se, então, o sentido original de renúncia como adesão
existencial profunda, o que lhes permite contemplar, no cumprimento da missão
confiada pelo Senhor, a aurora da alegria sobrenatural. E como discípulos, fiéis
seguidores de Jesus, eles se assemelham a Ele que lhes “ordena dar gratuitamente
o que gratuitamente eles tinham recebido”.
No
despojamento e na simplicidade, os Apóstolos compreendem que o verdadeiro
milagre é viver e proclamar o amor. Assim se explica o entusiasmo deles em anunciar
o amor “agápico” e em cumprir o apelo do Senhor: dar gratuitamente. Experiência
misteriosa e única. O amor ao próximo é para eles sintoma da aquisição do
verdadeiro amor a Deus, que é infinita generosidade e bondade.
Por conseguinte, o
mandato do Senhor de “dar gratuitamente o que gratuitamente receberam” corresponde
à ordem de evangelizar, pois evangelizar não é um capricho sentimental, mas é viver
o amor, movimento da alma, “energia divina”, que inflama a alma sem cessar e a
reúne a Deus pela força do Espírito Santo. S. João Clímaco, mais tarde, exclamará:
“Tu feriste minha alma, ó Amor, e meu coração não pode suportar tuas chamas.
Avanço, louvando-te”. Eis a missão dos Apóstolos. Eis a nossa missão. Nesse
sentido, S. Isaac Siríaco assevera: “O sinal seguro para reconhecer os
verdadeiros anunciadores do Evangelho é não lhes parecer suficiente o fato de
serem, porventura, entregues, dez vezes ao dia, às chamas por sua caridade para
com o próximo”. No amor, os Doze anunciam e vivem o Evangelho.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
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