Reflexão do Evangelho de Domingo – 22 de Setembro
Reflexão do Evangelho
de Domingo – 22 de Setembro
Lc 16, 1-13: Parábola
do administrador infiel
As
parábolas colocam o ouvinte diante de uma corajosa decisão, a de deixar toda
hesitação e abandonar-se à novidade anunciada por Jesus. É o sentido da presente
parábola. Ao louvar o administrador desonesto, Jesus não está incentivando a
desonestidade, mas quer, simplesmente, destacar a habilidade, demonstrada por
ele, diante de uma situação nova: sua iminente despedida. Sem se deixar levar
por sentimentos, o administrador toma medidas urgentes, que não podem ser
adiadas. Ele reúne os devedores e pergunta-lhes: “Quanto deves ao meu senhor?
Cem barris de óleo. Senta-te e escreve depressa cinquenta. A outro, ele disse:
toma tua conta e escreve oitenta”. Com efeito, surpreendido no ato de fraude,
ele altera as contas do proprietário para, assim, garantir o seu futuro. Sua
preocupação é granjear amigos que o acolham mais tarde.
Sem emitir qualquer julgamento de valor sobre a moralidade do ato
praticado, Jesus deseja que seus ouvintes, também eles, tomem medidas radicais
diante da novidade de sua presença e de sua mensagem, pois quem se prende ao
modo antigo de pensar, sentir e agir não pode segui-lo. A parábola contém um forte
apelo para que todos abram seu coração e sua mente e se deixem invadir pela luz
divina, que, em Jesus, irrompeu em nosso mundo. Ao mostrar a presença de Deus
nas realidades do cotidiano, a parábola desloca o centro de gravidade da nossa
vida: não mais o nosso Eu, mas sim o amor de Deus, fonte de um novo modo de viver.
Com a vinda de Jesus realiza-se o Reino de Deus, embora, ao longo da história, ele
ainda esteja por vir.
No
final do relato, a reprovação do Senhor torna-se explícita e bem clara, ao
situar o administrador infiel entre os “filhos do mundo”, contrapostos aos
“filhos da luz”. A palavra “mundo” designa aquele que se fecha à luz, isto é, à
Palavra de Deus, tornando vigoroso o apelo dirigido aos “filhos da luz” para
que, em sua vida espiritual, eles superem os “filhos do mundo”, sagazes em
matéria terrena. Se as decisões destes têm consequências temporais, as dos
“filhos da luz” terão repercussão eterna, o que leva S. Agostinho a dizer: “O
administrador infiel provia uma vida que deve terminar. E tu não queres prover
aquela que é eterna?” De fato, somos convocados a conquistar amigos, que nos
acolham na glória eterna, em consonância com as palavras de S. Ambrósio, para
quem “os peitos dos pobres, as casas das viúvas, as bocas das crianças são os
celeiros que permanecem na eternidade”.
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