Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 01 de Outubro


Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 01 de Outubro

Lc 9, 51-56:  Jesus não é acolhido pelos samaritanos

 

         A caminho de Jerusalém, Jesus envia mensageiros, à sua frente, com o objetivo prático de preparar os samaritanos para a sua visita. Eles recebem a mesma missão do precursor João Batista: preparar o caminho do Senhor. Jesus “tomou resolutamente o caminho de Jerusalém”, onde lhe convém, no cumprimento da vontade do Pai, oferecer seu sacrifício, sua própria vida, imolada para a salvação de toda a humanidade.  

         Eles, porém, não são bem recebidos pelos samaritanos. Desgostosos e indignados, os filhos do trovão - Tiago e João - perguntam a Jesus: “Senhor, queres que ordenemos que desça fogo do céu para consumi-los?” Ditas pelos Apóstolos, tais palavras causam estranheza. Ficamos surpreendidos ao vê-los suplicando pela destruição de uma pequena aldeia. Apesar de os judeus e os samaritanos estarem divididos por séculos, Jesus decide passar através desse território e pedir-lhes hospitalidade. Embora não compreendido, o gesto revela o coração humilde e generoso de Jesus. Sua oferta de amizade é recusada.

         À pergunta feita, os Apóstolos recebem de Jesus, como resposta, uma dura repreensão. Ao mesmo tempo, Ele procura fazê-los compreender o que o aguarda em Jerusalém. Lá Ele seria crucificado entregaria sua vida pela redenção dos judeus, samaritanos e gentios, que, reconciliados com Deus, tornar-se-iam um só povo. A respeito disso, S. Cirilo de Jerusalém nos lembra: “Jesus persuade, deste modo, os Apóstolos a serem pacientes e a se guardarem distantes de perturbações de tal gênero”. Igualmente, continua S. Cirilo, “eles devem se preparar para também serem rejeitados e permanecerem cheios de doçura, sem desejo de vingança”.

          Brotam questões sobre a responsabilidade dos samaritanos nessa recusa a Jesus. Sem dúvida, eles gozam da liberdade de ação, liberdade de acolher ou não o Mestre. No entanto, por razões culturais, que os precedem, há determinações históricas que os levam a proceder de modo semelhante. Para existir culpabilidade, fruto de um julgamento moral, seria necessário definir a conduta humana, independentemente de tais determinações. Por isso, em sua sabedoria e conhecendo o coração das pessoas, Jesus silencia e continua seu caminho que trará salvação a todos, também aos samaritanos. 

 

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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