Reflexão do Evangelho - Domingo, 13 de novembro
Reflexão do Evangelho
Domingo, 13 de
novembro
Lc 21, 5-19 - A
ruína de Jerusalém e o fim dos tempos
Nos três Evangelhos Sinóticos, Mateus,
Marcos e Lucas, os sinais precursores do fim do mundo são idênticos, pois, como
observa S. Agostinho, “todos os três referem-se à resposta dada pelo Senhor aos
discípulos que lhe perguntavam quando aconteceria a destruição do Templo por
Ele predita e qual seria o sinal da sua segunda vinda, o fim do mundo”. As
palavras de Jesus induzem a pensar em um longo tempo que precede à sua vinda
gloriosa, e indicam que os sinais se sucederão ao longo da vida cristã ou, na
expressão do santo de Hipona, “eles não cessarão de vir até o fim do mundo”.
O
mesmo vale para a vinda gloriosa do Senhor. O encontro com Ele não se dará
apenas no final dos tempos. Estende-se por toda a vida do cristão, num processo
contínuo de assimilação, que não implica eliminação do humano, mas sim sua
perfeição. Santidade é plenitude de vida. Nesse sentido, é impensável
considerar a segunda vinda do Senhor ou o fim dos tempos como uma realidade
trágica e temerosa; ela será manifestação do supremo amor, que reúne todas as
criaturas, em suas características próprias.
Desde agora, o discípulo participa das
realidades divinas, configurando-se sempre mais a Cristo. O fim dos tempos será
seu ingresso definitivo no eterno de Deus. Pois o transcendente e o
sobrenatural não lhe são estranhos; presentes nele, eles constituem o coração
de sua vida, o que lhe permite reencontrar Deus nos traços de sua face, de sua consciência
e do seu coração. A propósito, diz S. Agostinho: “Recriados por Ele, e
aperfeiçoados por uma graça mais abundante, veremos, naquele repouso eterno,
que Ele é Deus, que nos plenifica, pois será tudo em todos”. Teilhard de
Chardin diz por sua vez: “Como um raio, como um incêndio, como um dilúvio, a
atração do Filho do homem agarrará, para reuni-los ou para submetê-los ao seu
corpo, todos os elementos que gravitam no universo”.
Embora
não seja possível prever o fim dos tempos, uma certeza se nos impõe: Cristo é o
fundamento e o sentido do homem e do mundo. Se assim não fosse, tudo terminaria
no vazio, envolto na noite silenciosa da destruição. Porém, para nosso gáudio,
ouviremos naquele dia a voz tranquila e amorosa do Senhor, chamando-nos à
plenitude do amor: é a vinda gloriosa do Filho do homem, presença da infinita misericórdia
de Deus. Momento não de temor, mas tempo privilegiado de união com Deus. Deus
“tudo em todos”, “todo em tudo”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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