Reflexão do Evangelho - Sábado, 12 de novembro
Reflexão do
Evangelho
Sábado, 12 de
novembro
Lc 18, 1-8 - Parábola
do juiz iníquo e da viúva importuna
Após
a parábola do amigo importuno, Jesus conta aos apóstolos outra parábola, a do juiz
iníquo, ao qual uma pobre viúva recorre, clamando por justiça. O juiz mostra-se
indiferente, surdo a Deus e aos homens. Mas farto de ser importunado pela
viúva, que “lhe causava fastio”, ele finalmente a atende. Com muito maior
razão, pergunta Jesus, “não faria Deus justiça a seus eleitos que clamam a Ele
dia e noite, mesmo que os faça esperar? ”. O Pai não deixa de atender às
súplicas de seus filhos.
Para despertar nos discípulos a perseverança
na oração, sugerida desde a introdução da parábola, Jesus descreve os
insistentes rogos da viúva, incentivando-os a proceder do mesmo modo. Ainda que
retarde, a prece deles será certamente acolhida pelo divino Juiz, o Justo por
excelência. Talvez, no presente momento, eles tenham de suportar a iniquidade,
o crime e o pecado, porém, o Senhor não os abandona e virá em socorro deles. A paciência
do Pai reflete a longanimidade misericordiosa do seu coração, que concede aos
pecadores o tempo necessário para se arrepender e assim o número dos eleitos
possa ser sempre maior.
Nesse
sentido, exclama São Cirilo de Alexandria: “O contínuo apresentar-se da viúva
oprimida conquistou o juiz iníquo que não temia a Deus e, contra a sua vontade,
concede-lhe o que ela pedia. Como poderá aquele que ama a misericórdia e odeia
a iniquidade, que sempre estende sua mão salvadora aos que o amam, não acolher
os que se achegam a Ele dia e noite? ”. De fato, escreve S. Agostinho, “o
Senhor quis que da atitude do juiz iníquo se deduzisse o modo como Deus, bom e
justo, trata com amor os que recorrem a Ele pela oração”.
A confiança em Deus cresce e se
solidifica quando reconhecemos Jesus como princípio de unidade, no qual se
realiza a integral salvação da humanidade toda inteira. Ele mesmo é a paz, o Cordeiro
que tira o pecado do mundo e, segundo Orígenes, “Ele é o sumo sacerdote das
nossas súplicas e nosso defensor junto ao Pai”. Unidos a Ele, os movimentos do
nosso coração tornam-se uma única e ininterrupta prece, que manifesta a comunhão
com Deus, com os outros, com a criação toda inteira, na expectativa da vinda
definitiva do Reino do Pai.
Dom Fernando
Antônio Figueiredo, OFM
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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