Reflexão do Evangelho - Sábado, 05 de novembro
Reflexão do
Evangelho
Sábado, 05 de
novembro
Lc 16,9-15 - Deus
e o dinheiro
Jesus
está à procura não de servos, mas sim de irmãos e de amigos, que estejam prontos
a acolher a dádiva divina, o presente de Deus para nós: Seu Filho muito amado. Com
divina sensibilidade, Jesus nos deixa como legado uma vida de pobreza, alçada a
ideal, fruto da escolha entre dois senhores. Diz Ele: “Ou odiará um e amará o
outro, ou se apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não se pode servir a
Deus e ao dinheiro”. Diante dessas considerações, os doutos da Lei se sentem incomodados,
não só por causa do amor deles pelo dinheiro, mas porque as palavras de Jesus
contrariavam a ideia comum de seus compatriotas, que consideravam a
prosperidade terrena como sinal do favor de Deus. No entanto, o povo o ouvia cheio
de esperança e de suave inquietação.
É
evidente que a liberdade com que Jesus falava causava espanto e mesmo temor. Na
realidade, Ele vai à questão essencial, que é apresentada aos discípulos, de
maneira singela e direta, sob a forma de uma decisão a ser tomada: se eles
queriam ou não receber amor, bondade e misericórdia, e, caso quisessem
recebê-los, se estariam ou não dispostos a uma mudança em seu próprio modo de
ser e de viver. Mudança não apenas aparente, mas decisiva e permanente, pois a opção
por Deus significa ter o mesmo estilo de vida de Jesus: ser interiormente
livre, pobre e simples. No suor do coração, eles compreendem que suas palavras não
são meras prescrições; indicando um caminho sem fim, mas não sem perspectiva; são
atitudes concretas e precisas de amor, de misericórdia e de solidariedade. O
fim supremo é servir a Deus e aos seus semelhantes, uma vez que, segundo S.
Gregório de Nissa, “os pobres são os ecônomos de nossa esperança e guardiães do
Reino de Deus”.
Jesus
urge que os discípulos se decidam “por um ou por outro mestre”, pois mestre é aquele
que comanda o modo de pensar e de agir do seu seguidor. Por isso, eles ficam
desconcertados, quando Ele dá a entender que quem se deixa guiar pelos bens materiais
converte-se em inimigo de Deus. Por outro lado, os que O seguem se sentem cheios
de esperança, porque livres de toda inquietação (mérimna), ansiedade e dubiedade, eles alcançam a serenidade e a tranquilidade
de espírito: bênçãos do Pai, que sempre está atento às necessidades vitais de seus
filhos, que jamais ficarão desatendidos. Caso contrário, comenta S. João
Crisóstomo, “sem Deus, nada subsistiria e pereceríamos todos inevitavelmente
com as nossas preocupações, inquietudes e fadigas”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado reflexão D. Fernando.
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