Reflexão do Evangelho - Sábado, 26 de novembro e Domingo, 27 de novembro
Reflexão do Evangelho
Sábado, 26 de novembro e Domingo, 27
de novembro
Lc 21,34-36 - Vigiar para não ser
surpreendido
Após contar a parábola
da figueira, Jesus fala da necessidade de vigiar em todo tempo. Trata-se do
reinado de Deus, que foi estabelecido por Ele, não como uma realidade pronta e
acabada, mas, no dizer de S. Gregório de Nissa, “como um estado dinâmico do
homem e de toda a criação”, em sua ascensão de amor para Deus. Daí suas
respostas enigmáticas sobre o dia de sua vinda, interpretadas por S. João
Crisóstomo como um apelo para que “cada pessoa sempre o espere e sempre se
empenhe no serviço aos pobres e desvalidos”.
O Senhor se ocupa, com
solicitude, da conduta de seus discípulos. Sua misericórdia ia às mais humildes
criaturas, abrindo-lhes um mundo novo e introduzindo-as numa nova prática de
convivência: amor a Deus demonstrado na ternura pelo próximo e em serviço. Porém,
tudo depende da decisão de cada um. Ou ele participa pessoalmente do “pecado do
mundo”, ou procura viver a virtude, que visa não simplesmente uni-lo a Deus,
mas exprimir a unidade de Deus através da comunhão com a totalidade dos seres
criados: escapa-se, de certa forma, ao tempo para viver a eternidade da fraternidade
verdadeiramente humana e universal. Essa leitura permite compreender o mistério
da encarnação, a ressurreição e a vinda do Senhor, não apenas como irrupções da
ação divina na história, mas como acontecimentos interiores, que envolvem e
plenificam misteriosamente a natureza humana.
Por conseguinte, se a
graça pressupõe a natureza, a natureza, por sua vez, pressupõe a graça, na
medida em que a verdade de Cristo conduz à realização integral e autêntica do
ser humano. Assim, a vinda fulgurante de Cristo, no advento do seu Reino, será
a transfiguração final de toda a criação: revestido de imortalidade, nosso
corpo, confessa S. Gregório de Nissa, “será semelhante ao corpo de Cristo
ressuscitado” ou, nas palavras de S. Agostinho, “nossa alma estará unida
diretamente ao Senhor, sem que nada se interponha entre ela e Deus”; o tempo se
unirá à eternidade, e a ação libertadora do Senhor, banindo o temor, “será
salvação para todos” (Clemente de Alexandria).
Dom Fernando
Antônio Figueiredo, OFM
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando
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