Reflexão do Evangelho - Sexta-feira, 02 de dezembro
Reflexão
do Evangelho
Sexta-feira,
02 de dezembro
Mt
9, 27-31- Cura de dois cegos
A costa do mar da Galileia, descrita por
Flávio Josefo, destacava-se “pela natureza extraordinária e pela beleza encantadora”.
Lá, ao longo do lago de Genesaré, estendiam-se diversos e pequenos vilarejos,
dos quais a pequena cidade de Cafarnaum, onde viviam Simão Pedro e seu irmão
André. Certa feita, percorrendo os caminhos da região, dois cegos vem ao
encontro de Jesus, clamando: “Filho de Davi, tem compaixão de nós! ”. O título “filho
de Davi” traduz a expectativa popular da vinda do Messias, anunciado a Davi
pelo profeta Natan e cuja promessa fora muitas vezes reiterada por Isaías,
Jeremias e outros profetas. O mesmo título foi utilizado pelo anjo Gabriel no
anúncio a Maria, e o evangelista S. Mateus diz que Jesus o merece
juridicamente, por ser “da casa de Davi”.
Exprimindo
confiança em Jesus, como enviado de Deus, os dois cegos clamam por
misericórdia. No entanto, o Mestre não quer apenas curá-los da cegueira
corporal, mas levá-los também ao reconhecimento da vontade benfazeja de Deus e
de sua misericórdia para com eles. Observa Orígenes: “Aquele que é cego nos
olhos do corpo não pode receber a luz do sol e da lua; igualmente, quem não crê
não é capaz de contemplar a luz de Cristo”. Com a intenção de provocar a fé e
fazê-los ter a experiência de uma nova comunhão com Deus, o Senhor lhes
pergunta: “Credes vós que tenho poder de fazer isso? ”. Como tudo dependia da
real decisão deles, só após terem respondido: “Sim, Senhor”, é que eles foram iluminados
pelo resplendor da luz divina, sinal da comunhão salvadora de Deus.
A cura física supõe a cura da cegueira
espiritual: os dois cegos não só começam a enxergar, mas também é removida de
seus corações a cegueira do erro e do pecado. Como eles alimentavam a esperança
de que Jesus fosse o Messias davídico, Ele lhes recomenda: “Cuidado, para que
ninguém o saiba”, pois seu desejo era que sua ação não fosse interpretada de
modo errôneo, num sentido político e nacionalista: Ele os curava “segundo sua
fé”, e seu desejo era que o milagre ficasse só entre eles e Deus. Mas eles não
dão atenção ao pedido do Senhor e começam a divulgar por toda a parte quem os
curou. Jesus os devolvia a si mesmos alegres e jubilosos, e eles se tornavam arautos
do Evangelho: na experiência da graça do perdão divino, eles proclamavam a fé em
Deus, “o soberano amante da vida” (Sab 11,24).
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, OFM
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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