Reflexão do Evangelho - Quinta-feira, 01 de dezembro



Reflexão do Evangelho
Quinta-feira, 01 de dezembro
Mt 7, 21.24-27- Os verdadeiros discípulos

       
        Aos olhos de Jesus, não escapava o andar arrogante dos doutores da Lei, que mantinham uma atmosfera de falsa piedade e de formalismos cultuais. Sem desprezá-los, mas querendo preservar os Apóstolos desse perigo, recomenda-lhes: “Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus”. Para ser salvo, não basta aparentar piedade, é necessário ter uma fé autêntica, fundada no cumprimento da vontade do Pai e na prática do bem. A dicotomia entre o “dizer” e o “fazer” é desconhecida a Jesus para quem dizer é fazer (rhêma, em grego, ou dâbâr, em hebraico).
Por conseguinte, dizer “Senhor, Senhor”, é comprometer-se a viver de acordo com os ensinamentos de Jesus e a testemunhar a sua mensagem, que significa para o discípulo, embora ele se reconheça pecador e indigno, salvação e comunhão escatológica com Deus. Portanto, não basta invocar o nome do Senhor, é preciso fazer a sua vontade, pois a consistência da profissão de fé se fundamenta numa existência ativa, em sentido ético e religioso: Deus permanece, ousamos dizer, à espera de nossa decisão, do ato livre de nossa vontade.
Para que seus seguidores pudessem melhor compreender esses importantes aspectos da vida e da espiritualidade cristã, Jesus emprega a imagem de uma casa sendo construída sobre areia ou sobre uma rocha. Segundo a decisão tomada, a casa permanecerá ou não intata às tempestades, que advirão no decorrer da existência.
Porém, um consolo é dado pelo Mestre, ao subtender que a casa não está pronta e acabada, mas está, ainda, em fase de construção. Anteriormente, ao proclamar os preceitos do Sermão da Montanha, suas palavras soavam como se os preceitos devessem ser cumpridos, imediatamente e de uma só vez; agora, os horizontes tornam-se mais amplos e seus discípulos compreendem que têm a vida toda para construir sua morada espiritual, pedra por pedra. Todavia, não fica dispensada a necessidade de uma decisão firme e resoluta, uma vez que construir sobre a rocha significa “edificar a própria vida sobre Deus”, frequentemente, denominado “a Rocha” (Dt 32, 4-31; Sl 62,6; Is 26,4). 




Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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