Reflexão do Evangelho - Segunda-feira, 07 de novembro
Reflexão do Evangelho
Segunda-feira, 07 de
novembro
Lc 17,1-6 – Correção
fraterna
Nesta
passagem, Jesus fala aos seus discípulos sobre a liberdade espiritual
necessária para restaurar a boa convivência e a amizade entre as pessoas. E
mostra que não se trata simplesmente de um procedimento social ou de uma
reconciliação da boca para fora, mas de uma atitude mística, nascida da
comunhão com Deus. Aquele que trouxer o amor (ágape) divino, em seu coração,
jamais abrirá espaço para algo que possa prejudicar a vida de seu semelhante.
Ao contrário, será abençoado por uma harmoniosa relação entre o espírito e a
graça, que o conduzirá à união com Deus, fonte de íntimo e verdadeiro respeito
para com todos. A paz e a união devem prevalecer sempre. A vigilância dos
homens em relação a isso há de ser constante e não menos incessante o desejo da
correção fraterna: reorientar para Deus aquele que errou ou praticou o mal.
O modo como
Jesus apresenta a correção fraterna aos discípulos – e podemos nos incluir
entre eles – é bastante simples. Exige apenas um pouco de sensibilidade e
delicadeza. Para alcançá-la, há três etapas possíveis. Na primeira, tentamos
resolver a questão pessoalmente e se não tivermos sucesso, podemos contar com a
ajuda de mediadores, amigos ou parentes, que servirão de agentes e testemunhas
da reconciliação. Se ainda assim fracassarmos, podemos recorrer aos
representantes da Igreja. Neste caso, entra a função sacramental do sacerdote.
De fato, temos a obrigação de repreender imediatamente nosso
irmão para que, ao nos fazer o mal, ele não permaneça no pecado. Escreve São
Jerônimo: “Não só temos o poder de perdoá-lo, mas somos obrigados a fazê-lo,
pois nos foi ordenado perdoar os que nos ofenderam”. Aquele que pensa ser mais
fácil esquecer a ofensa e deixar o pecador entregue ao seu próprio destino está
bastante enganado. O que deve nos mover é o desejo de realizar em nosso irmão
uma mudança de conduta que transforme sua vida. Caso ele não nos escute, nem
mesmo diante de duas ou três testemunhas, melhor seguir a recomendação de Santo
Agostinho: “Ainda que ele não seja considerado mais, pela Igreja, como um dos
teus irmãos, nem por isso deixes de te preocupar com a sua salvação”.
Em outras palavras, nossa vida fraterna se apoia no infinito amor
de Deus, compartilhado por todos nós. Amor não possessivo, mas impregnado de
respeito e de afeto desinteressado, que nos leva a sair de nós mesmos para
sentir o outro e, com ele, estabelecer a vitória do bem
sobre o mal. Dissolve-se então em nós o rancor, o ressentimento e o ódio, e o
amor ao próximo torna-se sempre mais vigoroso em nossos corações. Uma de suas
expressões será a correção fraterna.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
ResponderExcluir