Reflexão do Evangelho - Quinta-feira, 10 de novembro e Sexta-feira, 11 de novembro
Reflexão do
Evangelho
Quinta-feira, 10
de novembro e Sexta-feira, 11 de novembro
Lc 17, 20-37 - A
vinda do Reino de Deus
Ao dizer que o Reino de Deus está próximo,
Jesus provoca a curiosidade dos fariseus. Um deles, movido pela expectativa de
uma manifestação divina decisiva, pergunta-lhe: “Quando ele virá”? Outros,
diante dos ensinamentos de Jesus sobre a tolerância, o amor aos inimigos e a
acolhida aos pecadores, alimentavam muitas dúvidas a respeito de suas palavras.
Compreendendo-os
e não querendo deixá-los com ideias equivocadas, Jesus aborda a questão sob
dois aspectos: o tempo e o modo como se dará sua segunda vinda ou a instauração
definitiva do Reino de Deus. Primeiramente, Ele esclarece que muitos procurarão
sinais, mas em vão, pois sua vinda não será precedida por sinais nitidamente
constatáveis. E voltando-se para os discípulos, alerta-os de não se deixarem
enganar diante dos fortes rumores existentes, que apregoavam estar o Reino “aqui
ou ali”. O Reino não ocupa um espaço delimitado; ele é, antes de tudo, um acontecimento,
a “irrupção repentina” do dom de Deus na história humana. Os indícios e os cálculos
são, certamente, falhos, porque, em seu caráter espiritual e escatológico, o
Reino já está presente aqui e agora, conforme fora anunciado por João Batista, antecipando
a divina intervenção, que se manifestará como julgamento e revelação da
misericórdia: é o “dia do Senhor”.
E para que suas palavras fossem
compreendidas, Ele traça um paralelo entre o relâmpago, luz intensa e rápida, e
o “dia do Senhor”, sua vinda gloriosa. Assim como o relâmpago dispensa a necessidade
de um sinal diverso e especial para indicar a sua presença ou o seu poder, da
mesma maneira, esse dia irromperá sem necessitar de outro sinal; ao homem
caberá: aceitá-lo ou recusá-lo. Nesse sentido, comenta S. Cirilo de Alexandria:
“Ele aparecerá na majestade do Pai, em companhia dos anjos, que o rodeiam, e se
colocará diante de nós como Deus e Senhor”.
Portanto, as sementes do Reino, que há de vir,
já medram em nossos corações, qual força que nos configura a Jesus, trazendo,
no dizer de S. Gregório de Nissa, “felicidade às nossas almas, pois o Reino é
imagem, penhor e sinal da felicidade eterna, da qual gozarão as almas dos
santos na eternidade”. O Reino é presença do Pai em seu amor, não só criador,
mas também salvador, recriador; ele é perdão misericordioso, que não se limita
a regenerar o pecador, mas que o adota como filho, amando-o sem reserva, sem
limite.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
DEUS lhe ilumine e lhe abençoe. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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