Reflexão do Evangelho - Quinta-feira 21 de Maio

Reflexão do Evangelho
Jo 17, 20-26 - Que todos sejam um como nós, ó Pai.
Quinta-feira - 21 de Maio

       Encontram-se os Apóstolos diante de dois momentos da vida de Jesus: sua missão terrena e seu retorno para junto do Pai. Nascido de Maria, Jesus assumiu nossa humanidade para libertar-nos do mal e do pecado. O nosso Salvador tornou-se um de nós, fazendo parte de nossa história, para nos conduzir ao Pai. Indicou-nos que viver é percorrer o caminho que leva ao Pai celestial. Pasmos, perguntamo-nos: Como é possível que a salvação de todos dependa de uma única pessoa? Para S. João, Jesus não é simplesmente “um” (en) entre tantos, Ele é esse único, em quem todos nós somos “um” (eis) só.
De início, também os Apóstolos não entenderam bem o significado dessas palavras. Às portas de Damasco, o Apóstolo S. Paulo atravessa os umbrais do mistério: “Saulo, Saulo, por que me persegues? ” Ele não estava lá procurando Jesus, mas sim os cristãos. Por isso, ao ouvir essa voz do alto, evidencia-se para ele que Cristo e os cristãos são um só. O próprio Jesus, ao longo do Evangelho, já tinha proclamado aos Apóstolos: “Quem vos recebe, a mim recebe, quem vos rejeita, a mim rejeita”. Não menos vigorosa, soava ainda forte no coração dos discípulos a afirmação: “Cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes”.
       Mais tarde, S. Gregório de Nazianzo irá expressar essa unidade de Jesus com a humanidade regenerada na célebre frase: “O que não foi assumido, não foi salvo”. Ele assumiu toda a nossa realidade, exceto o pecado. Por sua vez, S. Atanásio dirá: “Deus se fez homem para que o homem se tornasse Deus”, o que será professado pelo Concílio de Calcedônia, na definição de fé: sendo Deus, Jesus é consubstancial ao Pai e, sendo homem, é consubstancial a nós em sua humanidade. De nossa parte, urge que nos disponhamos à comunhão com Cristo, efetivada na vinda e na ação do Espírito Santo, que com seu fogo purificador nos transforma e nos molda à semelhança do Filho. Então, nós amaremos o Pai como só o Filho o ama, ou seja, no próprio amor com que o Pai o amou.  

É incontestavelmente essencial que nos entreguemos à ação do amor divino (ágape), para que possamos amar o Pai como Ele ama as suas criaturas, como Ele ama o seu Filho e nele todos nós.  Porém, uma ponta de dúvida permanecia na mente dos Apóstolos, que só compreenderão totalmente suas palavras, quando “o amor de Deus foi derramado em seus corações pelo Espírito Santo”. A partir de então, introduzidos na unidade de Deus, o Sumo Bem, eles viverão o mistério de Cristo, à imagem de quem todos nós fomos criados, e participarão da vida divina, no eterno “Presente” de Deus.    

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