Reflexão do Evangelho - Sábado 09 de Maio
Reflexão do Evangelho
Jo 15, 18-21 - Os
discípulos e o mundo
Sábado 09 de Maio
Após
sua partida, seus discípulos deviam passar pelo mesmo batismo do sofrimento e
beberem do mesmo cálice da dor. Por isso, com palavras de carinho e afeto,
Jesus procura fortalecê-los e animá-los. Não irá abandoná-los, em breve Ele
voltará. Cabe aos Apóstolos permanecerem unidos, assim como “eu e o Pai, diz
Ele, somos um só”, pois só assim o mundo crerá que Ele foi enviado pelo Pai,
que ama a todos. Diante destas palavras, eles compreendem que, ao comunicar a
Palavra do Pai, Jesus os torna participantes das riquezas divinas, particularmente,
da unidade dele com o Pai. Se eles fossem do “mundo” e estivessem sujeitos a
ele, então o mundo os acolheria. “Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era
seu; mas porque não sois do mundo e minha escolha vos separou do mundo, o
mundo, por isso vos odeia ou, segundo algumas versões, vos rejeita”.
Embora não deixe de
alertá-los das perseguições, que eles sofreriam por causa de seu nome, Jesus
manifesta-lhes uma atitude generosa e fecunda, incluindo-os em sua própria
filiação. Assim seus seguidores viverão a fecundidade apostólica da vida
fraterna, em oposição ao mundo que não quer viver o mandamento do amor. O
antagonismo existente entre Jesus e o mundo irá se refletir ao longo da vida
dos Apóstolos, pois a opção deles é clara: definiram-se pela pertença a Jesus,
mesmo sabendo que isto significaria ser rejeitado pelo “mundo”.
O termo “mundo”,
empregado pelo evangelista S. João, refere-se a dois “mundos” diversos, um
criado por Deus, outro radicado no mal, em contraposição à fórmula de fé: viver
ou ter fundamento em Cristo. Neste sentido, S. Basílio Magno exorta os cristãos
a evitar o mundo “dos homens vãos e frívolos para estarem unidos a Deus e à sua
vontade”. E assim vivendo em busca da paz e da felicidade (euthymia), eles serão presença da face humana do Deus-amor.
Sensibilizados e
consolados pelas palavras do Mestre, os discípulos compreendem que “o servo não
é maior que seu senhor” e que já não há mais espaço para uma atitude dúbia. Pronunciada
de modo claro e inequívoco, essa exortação era audaciosa até para os
discípulos, e será rejeitada, diz Jesus, “por aqueles que não conhecem quem me
enviou”. Logo a seguir, seu olhar se dirige aos discípulos, buscando tranquilizá-los
e fortalecê-los. E após dizer-lhes que “neste mundo eles experimentariam a
dor”, acrescenta: “mas tende confiança, eu venci o mundo”. Sua voz se eleva,
ressoa forte e, com clareza, Ele lhes promete enviar o Paráclito, o Espírito da
Verdade, que iria mantê-los firmes no testemunho do Evangelho.
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