Reflexão do Evangelho - Segunda-feira 25 de Maio
Reflexão do Evangelho
Mc 10, 17-27 - O jovem
rico
Segunda-feira 25 de Maio
Um
jovem procura Jesus não com o intuito de segui-lo, mas de assegurar-se da
salvação: “Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna? ” A pergunta sugere
a ideia de ele julgar ser possível alcançar a salvação, mediante suas obras. Convidando-o
a passar de uma visão cultual e legalista a uma visão moral-espiritual, Jesus lhe
diz: “Por que me perguntas sobre o que é bom? O Bom é um só”. Ninguém é bom,
senão só Deus. E ao ouvi-lo afirmar que conhece e observa os mandamentos, após
lançar um olhar de afeto por ele, o Mestre apresenta-lhe um desafio: “Se queres
ser perfeito, vai, vende os teus bens e dá aos pobres, e terás um tesouro nos céus”.
Este
episódio gravita ao redor das posses de um jovem rico. Possivelmente, guiado
pela ideia de que as riquezas e o sucesso terreno são sinais das bênçãos
divinas, ele julgue que a porta de acesso ao céu esteja vinculada aos bens
materiais. Como consequência, S. João Crisóstomo não o considera como alguém
movido por más intenções ou “ser ele avaro e escravo do dinheiro”. Talvez, dominado
por uma mentalidade materialista e, sendo presunçoso, estaria colocando sua
confiança, prevalentemente, em si mesmo e em seus bens. Nesse sentido, ao
chamar Jesus de “bom Mestre”, ele bem poderia estar refletindo a esperança de
ganhar, através do agrado e do elogio, os bens eternos.
O Senhor o ouve
pacientemente. E através de questões e breves sugestões, mais uma vez, busca elevar
o pensamento do seu interlocutor a um ponto de vista sobrenatural. De início, Jesus
pressupõe a validade do Decálogo, reforçado pelo fato de o jovem observar os
mandamentos, para então mostrar-lhe o seu significado mais profundo: a verdade
e o amor sem limites a Deus. Ele pode aspirar por coisas mais altas, mediante a
renúncia aos bens materiais, como os Apóstolos, ou continuar o seu caminho,
mantendo suas riquezas e posses materiais. Ele faz a sua opção e se afasta, levando
S. Agostinho a exclamar: “Quanto se deve amar a vida que não terá jamais fim!
Tu que amas esta vida na qual sofres e te afliges, em meio a tantas preocupações,
busca a vida eterna, onde não suportarás estes sofrimentos, mas reinarás
eternamente com Deus”.
Esta
passagem bíblica permite-nos distinguir os mandamentos de Deus, válidos para
todos, dos conselhos evangélicos, abraçados pelos que desejam viver em
radicalidade o preceito do amor a Deus e ao próximo. Aliás, desde os primeiros
anos da Igreja, observa-se que a renúncia aos bens materiais não é um preceito obrigatório
para todos. Obrigatório é ser livre em relação a todos os bens. Nos Atos dos
Apóstolos, S. Pedro dirige-se a Ananias, que reservara para si uma parte do
preço do campo, e lhe pergunta: “Por acaso não podias conservá-lo sem vendê-lo?
E depois de vendido não podias dispor livremente da quantia? ” (5,4).
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