Reflexão do Evangelho - Domingo – 17 de maio
Reflexão do Evangelho
Mc 16, 15- 20 - A
Ascensão de Jesus
Domingo – 17 de maio
Em breve resumo, o Evangelista alude diferentes acontecimentos, sem dar
indicações precisas de tempo ou lugar. Após enviar os Apóstolos a todas as
nações para anunciar o Evangelho da salvação, o vencedor da morte, Jesus, “foi
arrebatado ao céu e sentou-se à direita de Deus”. Todos os que ouvissem a sua
Palavra e a acolhessem com fé, seriam batizados e incorporados a Ele como
membros de sua Igreja.
Testemunhada pelos
Apóstolos, a Ascensão coloca a missão terrena de Jesus sob o signo da alegria e
do retorno ao Pai. Em sua Encarnação, sem que sua divindade fosse diminuída,
Ele assumiu a nossa humanidade. S. Atanásio proclama: “Deus se fez portador da
carne, para que o homem pudesse tornar-se portador do Espírito divino”. Em sua Ascensão
para junto do Pai, Ele leva consigo a nossa natureza humana, incluindo-a em sua
divindade. Realiza-se assim nosso retorno ao Pai, realidade sublime, que nos
torna criaturas novas e partícipes da vida incorruptível e imortal de Deus.
A participação na
vida divina é descrita por S. Agostinho como efeito da graça santificante ou,
em termos dos antigos autores, como deificação (théosis), que se efetivará no
século futuro, mas já presente, desde agora, em nossa vida cristã, preparando-nos
para a união definitiva com Deus. Os termos deificar-se ou divinizar-se significam
participação na vida de Deus ou, em outras palavras, superação ou realização constante,
que há de se perpetuar na eternidade de Deus. É inserção de nossa vida no
movimento de ida para o Pai, em quem já nos encontramos, plenamente, graças à Pessoa
do Filho Jesus.
Para que este retorno
se realize, Jesus envia seus discípulos para anunciar o Evangelho da salvação a
todas as pessoas, sem exceção: “Fazei que todas as nações se tornem discípulos,
batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito. E ensinando-as a observar
tudo quanto vos ordenei”. Aqueles que acolhem a sua mensagem e a vivem obtêm a remissão
dos pecados e são reconciliados com o Pai, pois “a Jesus, comenta S. Jerônimo, foi
dado todo poder, de modo que aquele que primeiro reinava no céu, reine também
na terra por meio da fé dos seus discípulos”. Sentado à direita do Pai, Ele proclama
que ninguém está só, nem tampouco está excluído da comunhão eterna, pois no
silêncio do seu amor, Ele aguarda “que o mundo inteiro faça parte da vida
divina e se torne tudo o que Deus é, exceto a identidade de natureza” (S.
Máximo o Confessor).
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