Reflexão do Evangelho - Quarta-feira 27 de Maio

Reflexão do Evangelho
Mc 10, 32-45 – Pedido dos filhos de Zebedeu
Quarta-feira 27 de Maio
      
       A expectativa era grande. Os Apóstolos aguardavam a qualquer momento a manifestação do Reino de Deus. Com um olhar sereno, porém triste, Jesus fala de sua morte e ressurreição: “O Filho do Homem será entregue aos chefes dos sacerdotes e aos escribas; eles o condenarão à morte e o entregarão aos gentios..., e três dias depois ressuscitará”. Absorvidos em seus pensamentos de glória, os discípulos não o entenderam bem. Dois deles, Tiago e João, filhos de Zebedeu, pressentem em suas palavras o anúncio da iminência da realização messiânica. Não tinha sido fácil percorrer o caminho até ali: quanto sofrimento, quantas incompreensões, quantas acusações dos adversários. Encorajando-se mutuamente, eles pedem ao Mestre que lhes conceda, na sua glória, “sentaromemn HH um à direita e outro à esquerda” em seu Reino.
Não é a primeira nem a última vez que o Evangelho sublinha o desejo de precedência. Há uma ambição a ser corrigida. Olhando para eles, pergunta-lhes Jesus: “Podeis beber o cálice que eu vou beber, ou receber o batismo que estou para receber? ” Surpresos pela pergunta, sem titubear, eles respondem: “Nós podemos”. De fato, Tiago morrerá mártir e João estará no Calvário, partilhando do cálice com Jesus, no sofrimento da cruz. Embora não se pronuncie sobre quem irá sentar-se à direita ou à esquerda em seu Reino, Jesus não deixa de despertar nos Apóstolos a consciência de ser Ele o Filho amado de Deus, por quem e em quem se realiza o desígnio do Pai.
A decisão última cabe ao Pai. No momento, o importante não é preocupar-se com o lugar que se terá na glória do Senhor, mas empenhar-se em participar, desde já, do Reino de Deus. Observa S. Agostinho: “O caminho para sua glória, a pátria celeste, é a humildade. Se tu recusas o caminho, por que buscas a pátria? ” Os outros Apóstolos murmuravam contra os dois irmãos, pois também eles desejavam a mesma honra. Conhecendo o que se passava em seus corações, Jesus os exorta a colocarem-se a serviço de todos, pois “aquele que dentre vós quiser ser grande, seja o vosso servidor, e aquele que quiser ser o primeiro dentre vós, seja o servo de todos”. O exemplo clamava: O filho do Homem veio não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.

As palavras de Jesus pregam serviço, simplicidade, humildade. Os Apóstolos pareciam divagar, pois estavam absorvidos por pensamentos de triunfo e de glória. Eles o escutavam e, mais tarde, irão repetir essas palavras, mas naquele momento não as ouvem em seu coração. O Senhor se sente só. Mais tarde, na sexta-feira santa, eles hão de compreendê-las. 

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