Reflexão do Evangelho - Sábado 30 de Maio
Reflexão do Evangelho
Mc 11, 27-33 - Questões
sobre a autoridade de Jesus
Sábado 30 de Maio
De
cidade em cidade, Jesus passa ensinando e anunciando a Boa-Nova do Reino de
Deus. Ele percorre a Galileia trazendo esperança à população simples e carente.
Ela o aclamava e o seguia. Em Jerusalém, ele não se cala, nem se intimida
diante dos doutores e sacerdotes, que não o veem com bons olhos. Também aí, ele
ensina e as multidões aglomeram-se para ouvi-lo. Uma delegação do Sinédrio,
supremo conselho do povo judeu, constituído por sacerdotes e escribas,
aproxima-se dele para interrogá-lo: “Com que autoridade fazes estas coisas?”
Quem lhe teria outorgado o poder de ensinar?
À diferença dos
greco-romanos, que consideravam o poder como algo obtido e consolidado pela
força, Israel o vê como dom concedido por Deus em vista de uma missão ou do
exercício de uma tarefa em benefício do povo. Colocando-os nesse contexto, Jesus
remete-os a João Batista e, à maneira rabínica de discutir, responde com outra
pergunta: “O batismo de João era do Céu ou dos homens?” Os escribas e
sacerdotes ficam pasmos, pois o povo tinha João Batista como um profeta. A
mesma conclusão caberia a Jesus, cuja autoridade se expressa na força profética
de seus ensinamentos, no perdão dos pecados e na ordem dada aos demônios.
Nesse sentido,
observa S. Agostinho: “Assalta-os o temor de eles serem apedrejados pelo povo,
que considerava João Batista um profeta. Outro temor ainda maior os invade: o
de confessar a verdade. Por isso, eles respondem com falsidade: ‘Não sabemos’”.
Jesus não contesta, deixando-os ainda mais perplexos: Se João tinha autoridade,
quanto mais Ele! Sua autoridade repousa, sobretudo, em seus ensinamentos,
porque se milagres acontecem, não são eles o essencial de sua missão. De fato,
a multidão, que o acompanha, reconhecendo seu amor misericordioso, sua
generosidade e o coração compassivo diante do sofrimento e das dores de cada
pessoa, crê em suas palavras. Ela se sente amada e o considera um enviado de
Deus, que age e fala por Ele.
Seus adversários não
o compreendem, particularmente, como destaca S. Beda, “por duas razões. Os que
o procuram, por serem incapazes de entender o que buscam ou porque são indignos
de se abrirem à sua palavra, minados pelo ódio ou pelo desprezo à verdade”. Após
dizerem “não sabemos”, os sacerdotes e escribas se calam, pois, em sua
autossuficiência, eles não são capazes de conceber nem a humildade e tampouco o
amor desinteressado, o que leva Tertuliano a dizer que “eles não conseguiam dar
uma resposta consistente, pois não eram capazes de entender nem crer”.
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