Reflexão do Evangelho - Sábado 23 de Maio

Reflexão do Evangelho
Jo 21, 20-25 - O destino dos Apóstolos Pedro e João
Sábado 23 de Maio

Ao cabo de alguns dias os Apóstolos retomam o ritmo de vida de sempre. Voltaram para a Galileia, onde se dedicam aos seus afazeres habituais. Como era natural, não deixavam de falar do Ressuscitado, o qual eles esperavam ansiosamente, segundo sua promessa. Um dia, estavam eles pescando no lago de Genesaré, quando, pela terceira vez, Jesus veio ao encontro deles. Até aquele momento, a pesca fora infrutífera, nada tinham conseguido. Obedientes à voz do estranho, pois não o tinham reconhecido, atiraram mais uma vez a rede, que logo se encheu de peixes. À praia, ainda não refeitos da surpresa da aparição, eles se aproximam de Jesus e, sentando-se, comem do peixe que Ele mesmo tinha preparado.  
Após a refeição, Jesus chama Pedro à parte e por três vezes pergunta-lhe: “Simão, filho de João, tu me amas? ” Sim, Senhor, responde Pedro, “tu sabes que eu te amo”. Então, Jesus lhe diz: “Quando eras ainda novo, tu mesmo amarravas tua cintura e andavas onde querias. Mas quando fores idoso, vais estender a mão e outro vai amarrar teu cinto e te levará aonde não queres ir”.  Segundo a profecia, estas palavras referiam-se a uma morte violenta, e naquele momento eram ditas a Pedro, observa o evangelista, “para indicar com que espécie de morte Pedro daria glória a Deus”. Seguramente agora, Jesus pode lhe dizer: “Segue-me”.
Nisso, João se aproxima deles. Talvez movido por curiosidade, apontando para seu amigo, Pedro pergunta: “E este, Senhor? ” A resposta o surpreende: “Se eu quero que ele permaneça até que eu volte, que te importa? Tu, segue-me”. É possível que Jesus estivesse dizendo a Pedro para deixar em suas mãos o destino dos demais Apóstolos. Mesmo assim, divulgou-se a notícia de que o discípulo amado não veria a morte.
Mas como o próprio evangelista destaca, Jesus falava simplesmente da diferente missão de cada um deles. A esse propósito, comenta S. Agostinho: “A Igreja conhece dois gêneros de vida que lhe foram revelados e recomendados por Deus: uma vida na fé, outra na visão; uma para o tempo de viagem, outra para a morada eterna; uma no trabalho, outra no Repouso; uma no caminho, outra na Pátria; uma na ação, outra na recompensa da contemplação. A primeira é simbolizada pelo Apóstolo Pedro, a segunda por João”.

Pedro é confirmado na missão de guiar a Igreja e confirmar os irmãos na fé e na prática da fé. O evangelista S. João recebe a graça e a luz divina para se colocar à escuta da Palavra de Deus. De fato, ao longo de seu Evangelho, João revela um coração atento (noera kardia) e uma atenção total de espírito (noera proseuché), que lhe permitem transmitir-nos o “evangelho eterno” ou, em outras palavras, o “evangelho espiritual”.   

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