Reflexão do Evangelho - Quarta-feira 20 de Maio
Reflexão do Evangelho
Jo 17, 11-19 - Oração
sacerdotal de Jesus (II).
Quarta-feira 20 de Maio
Instituído
no sermão da Montanha, o Colégio dos Doze foi se consolidando ao longo da vida
e do ensinamento de Jesus. Ao Apóstolo Pedro é confiado o governo da Igreja e a
função de “confirmar seus irmãos na fé”. Aos Doze, Jesus confere o poder de
“ligar e desligar” e o mandato de perpetuar a eucaristia e o serviço mútuo. Mas
naquela hora, que antecede a sua prisão, Ele roga ao Pai que proteja aquele
pequeno rebanho: “Pai santo, guarda-os em teu nome - este nome que me deste –
para que eles sejam um como nós somos um”. A unidade que existe entre o Pai e o Filho, em
sua missão na terra, envolve a partir de então, fruto de seu perfeito amor ao
Pai, a unidade do Filho com os que o seguem: “Eu neles e tu em mim, diz Jesus,
para que sejam perfeitos na unidade”.
Um rumor chega até o
monte das Oliveiras. Percebendo a perturbação dos discípulos, Jesus deseja
prepará-los para sua partida iminente. Se lágrimas e angústia povoam seus
corações, Ele quer que eles as superem e participem da perfeita alegria, que
consiste no fato de ele entrar, no dizer de S. Ambrósio, “na glória de sua
filiação divina”. Alegria que não nega a cruz, nem os embates e as perseguições
por causa do Evangelho e do anúncio da Boa-Nova. Por isso, em sua bondade e compreensão,
o Mestre não pede ao Pai que os afaste do mundo, mas que os preserve do mal,
pois “eles não são do mundo, como eu não sou do mundo”. Por mundo entende-se o
lado negativo e pecaminoso da vida. Ao invés, a eles cabe a função de
atualizar, ao longo da história, o evento salvador, realizado plenamente por
Ele.
Numa linguagem
divina, estabelece-se o diálogo amoroso do Filho com o Pai, visando transportar
os discípulos aos umbrais da sua glória. Debruçado na terra úmida, Jesus ora por
eles, ora por nós, para que também nós sejamos fiéis à nossa vocação. Diante
desse momento comovedor, exclama S. Cipriano: “Tão grande é a bondade e a
misericórdia do Senhor em vista de nossa salvação, que, não bastando redimir-nos
com seu sangue, quis ademais rezar por nós”. A nós cabe reconhecer nossa absoluta
dependência de Deus, expressa nas palavras de sua consagração ao Pai: “E, por
eles, a mim mesmo me consagro para que sejam consagrados na verdade”. Para que
assim, consagrados na verdade, também nós sejamos enviados a evangelizar.
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