Reflexão do Evangelho - Sexta-feira 29 de Maio

Reflexão do Evangelho
Mc 11, 11-26 - A figueira seca e a expulsão dos vendilhões do Templo
Sexta-feira 29 de Maio
         
        A missão terrena de Jesus se centraliza e culmina em Jerusalém, a cidade santa. O fato de sentir fome e buscar figos, justamente em tempo inadequado, mostra que “Ele tinha fome, escreve S. Agostinho, não de figos, mas de outra coisa; existem os que não podem dar fruto porque não querem. A esterilidade é culpável quando a infecundidade é voluntária. Os judeus possuíam as palavras da lei, mas não tinham as obras; estavam cheios de folhas, e não davam fruto”. Ato intencionalmente simbólico de Jesus, que visava despertar na mente dos Apóstolos algo que eles não percebiam imediatamente: a relação de Israel com Deus e a morte do Templo.
Chegando a Jerusalém, eles se dirigem logo ao Templo, que era para Israel a lembrança constante da presença de Deus no meio de seu povo. Sinal da suprema beleza e santidade divina.  Dele ecoava o imperativo de que Israel, povo de Deus, através das boas obras, procurasse a santidade e excluísse de sua vida toda contaminação profana. No Templo, o “piso” ao redor do centro, nomeado “o santo” ou “o santo dos santos”, era tido como o lugar da insuperável glória do Deus três vezes Santo. Centro do culto a Deus, a ele veem as peregrinações para contemplar “a face de Deus” (Sl 42,3).   
       O Templo é para Jesus a casa do Pai. Porém, ao entrar no Templo, Jesus vê bois, ovelhas e pombas, animais que serviam de oferendas para os sacrifícios. Os cambistas ofereciam os meios para que fossem comprados. O “zelo” pela casa de Deus leva-o a expulsá-los. Ele substitui a pureza ritual pela limpeza moral e, num gesto profético, proclama ser o Templo “casa de oração” para todas as nações. Profecia que se consumará ao romper o véu do Templo, por ocasião de sua morte.   

       À tarde, Jesus e os Apóstolos retiram-se da cidade e, após descansarem, retomam o caminho para Cafarnaum. De madrugada, ao passarem pela figueira, Pedro diz ao Mestre: “Rabi, olha, a figueira que amaldiçoaste, secou”. Diante do espanto do Apóstolo, Jesus os exorta a terem uma fé destituída de dúvidas: “Tende fé em Deus. Em verdade vos digo, se alguém disser a este monte: ergue-te e lança-te ao mar, e não duvidar no coração, mas crer que o que diz se realiza, assim lhe acontecerá”. Mediante uma fé firme e impertérrita em Deus, mesmo o que parece impossível se realizará, pois, diz Tertuliano, “um pai, mais pai que Deus, não há; um mais terno, não há”. Essa mesma confiança animará os discípulos em sua oração e será selada, como no Pai-Nosso, com o sincero perdão fraterno. 

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