Reflexão do Evangelho - Sábado 16 de Maio
Reflexão do Evangelho
Jo 16, 23-28 - Se
pedirdes ao Pai em meu nome Ele vo-lo dará
Sábado 16 de Maio
Deus
não se justapõe às criaturas. Nem pode ser considerado como estando fora de
nós. Deus é plenitude e, por conseguinte, distinguindo-se de tudo, ele está
presente em todas as realidades, sustentando-as e guiando-as à sua realização
plena. Mas o homem, escreve S. Agostinho, “quer e não quer, sabe e ignora,
recorda e esquece. Ninguém tem em si a unidade do ser”, a perfeição. Com
efeito, o homem pecou e afastou-se da unidade, pois o pecado significa
justamente colocar obstáculos à força do amor, impedindo-a de levá-lo à
comunhão com Deus e com seus semelhantes. Mas o Pai eterno não desiste de suas
criaturas. Ele deseja salvá-las. Envia seu próprio Filho para proclamar o seu
amor e oferecer a todos o perdão e a reconciliação.
A presença de Jesus,
nascido de Maria, transmite uma atmosfera de paz, de alegria e de fé. Ao
contrário de João Batista, Ele não se retira do mundo, mas quer comunicar as
riquezas divinas às pessoas. S. Irineu se pergunta: “Como poderia o homem ir a
Deus, se Deus não tivesse vindo até nós?” No dizer de S. Gregório Nazianzeno,
“Ele é para o gênero mortal, o princípio de retorno à vida imortal”. Ele é a boa
notícia da vocação sublime das pessoas, que com confiança abrem ao Pai sua
vida, suas esperanças e angústias. E como o sol que nascia no horizonte do lago
de Nazaré esvaecia as brumas da manhã, o contato com o Pai irá dissipar a insegurança
e o temor de seus corações.
A
distância entre nós e Deus desaparece. O caminho é a fé. Por isso, o Senhor os
incentiva a orar com confiança, pois é graças à oração que eles se avizinham do
Pai e a profundidade do coração, do qual brota seu grito de súplica, une-se à
altura do céu: “Se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vos dará”. Pasmos, eles reconhecem
que, nem os sacrifícios imolados nem os ritos do Templo, nada pode substituir o
diálogo íntimo e pessoal com o Pai, até mesmo o “simples olhar da alma a Deus
para implorar socorro”. Não haverá barreiras, a oração feita em união com Ele é
eficaz: “Nesse dia, pedireis em meu nome e não vos digo que rogarei ao Pai por
vós, pois o próprio Pai vos ama”. A expressão “nesse dia” indica o tempo
inaugurado por Jesus e o nosso “nascimento do alto” como “novas criaturas”. Tempo
da graça e da misericórdia. Triunfo do amor de Jesus! Assim, mediante sua
intercessão, restabelece-se a unidade tão desejada e buscada pelo homem: a
unidade com Deus e com os nossos semelhantes. Nesse sentido, destaca Paul
Endokimov,: “A prece perfeita busca a presença do Cristo e a reconhece em todo
ser humano”.
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