Reflexão do Evangelho do dia 01 de Julho de 2013
Segunda-feira – 01 de julho
Mt 8, 18-22: Exigências da vocação
apostólica
Em Jesus, dá-se o triunfo de Deus
sobre o Reino das trevas, do pecado e do mal. Exclui-se naturalmente dele todo
aquele que não dá importância ao que se refere à instauração do Reino de Deus,
cuja irrupção ocorreu na história graças à sua mensagem e ação libertadora. Donde
a exigência, feita por ele, de que os Apóstolos superem o comodismo e estejam
sempre prontos e alertas para acolher o poder real de Deus. Caracterizam esta
acolhida a alegria interior e o desprendimento.
Entrementes, um dos discípulos lhe
pede para primeiro enterrar seu pai. À primeira vista, a resposta de Jesus nos
surpreende. Diz ele: “Segue-me e deixa que os mortos enterrem os seus mortos”. Será
que Jesus não dá importância ao amor e respeito devidos aos pais? Há um intuito
em suas palavras. Como em outras ocasiões, ele utiliza palavras duras e
chocantes para levar os ouvintes à compreensão do conteúdo principal de sua
mensagem. Ele quer que os discípulos coloquem a primazia do agir na realização
da missão a que foram destinados.
Ele não nega o amor familiar. Simplesmente,
ele espera que o discípulo, em meio às adversidades, tenha sempre seus olhos
voltados para o alto, de modo que as demais exigências da vida sejam menos
imperativas. S. João Crisóstomo destaca este sentido ao dizer: “Cristo faz tal
proibição não para que rejeitemos a honra devida a quem nos gerou, mas para
indicar que não há nada mais importante para nós do que as realidades do céu.
Por elas devemos nos interessar, com todo o fervor e empenho, sem afastar-nos
delas um só instante, ainda que sejam graves e urgentes os motivos que nos
levam a estar distantes de Jesus”.
Portanto, a proposta de Jesus é que o
discípulo participe de sua vida simples, pobre e humilde, pois seus
ensinamentos não são puros conceitos e ideias, mas expressam o encontro com a sua
pessoa, o Filho unigênito do Pai. Para tanto, o discípulo deverá oferecer condições
subjetivas, que o conduza através das realidades transitórias às eternas, ou
seja, das realidades terrenas às celestes, das carnais às espirituais. Verdadeiro
programa de vida! Jesus leva-o a trilhar o caminho da renúncia e do
desprendimento das paixões e dos apegos materiais. Calam-se, então, no seu interior,
as vozes do pecado e do mal, e ele estará ouvindo, no silêncio do amor, a voz
do Mestre, conduzindo-o à união com o Pai celestial. Soam as palavras que Orígenes coloca nos
lábios de Jesus: “Mortificai o que em vós atrai para a terra, lançai de vós toda
ligação com a corrupção da carne, todo mal”. Então, livre e sereno, em seu interior,
o discípulo saboreia o ardente amor do Senhor.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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