Reflexão do Evangelho do dia 25 de Julho de 2013
Quinta-feira – 25 de julho
Mt 20,20-28 - Pedido da mãe dos filhos
de Zebedeu
Referindo-se à sua morte e
ressurreição, Jesus diz aos Doze Apóstolos: “O Filho do Homem será entregue aos
gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado. Mas no terceiro dia
ressuscitará”. Ao ouvir tais palavras, a mãe dos filhos de Zebedeu dirigiu-se a ele, pedindo que “seus dois
filhos se assentassem um à direita e outro à esquerda” em seu Reino. A mãe fez
o pedido, mas são os filhos que recebem a resposta. Há uma ambição a ser
corrigida. Aliás, não é a primeira nem a última vez que o Evangelho sublinha o
desejo de precedência. Por isso, o Senhor interroga: “Podeis beber o cálice que
estou para beber?” Estar com ele na glória é viver, desde agora, o abandono
total e a renúncia a si mesmo. É participar de sua morte e dos seus sofrimentos.
Escreve S. João Crisóstomo: “Quem procura a ostentação, enquanto o Senhor segue
a humildade, não reflete a imagem de Cristo, pois não é verdadeiro discípulo
quem não imita o seu mestre”.
Os Apóstolos respondem, sem titubear: “Nós
podemos”. De fato, Tiago morrerá mártir e João estará no Calvário, partilhando
do cálice com Jesus, no sofrimento da cruz. Embora não se pronuncie sobre quem
irá sentar-se à direita ou à esquerda em seu Reino, Jesus não deixa de despertar
nos Apóstolos a consciência de ser ele o Filho amado de Deus, por quem e em
quem se realiza o desígnio do Pai. No cumprimento de sua missão, ele assumiu a
nossa “natureza de escravo”, sem outro intuito que o de servir à humanidade.
A decisão última cabe ao Pai. No
momento, o importante não é preocupar-se com o lugar que se terá na glória do
Senhor, mas empenhar-se em participar, desde já, do Reino de Deus. Escreve S.
Agostinho: “O caminho para sua glória, a pátria celeste, é a humildade. Se tu
recusas o caminho, por que buscas a pátria?” Somos, assim, convidados a assumir
e a viver o humilde serviço realizado por Jesus. S. João Crisóstomo escreve que “Deus, pelo
fato de se humilhar, trouxe-nos um proveito: aumentou o número de seus
servidores e estendeu o seu Reino. Quando te humilham, pensas que estás sendo
diminuído? O abaixamento de Jesus não foi causa de diminuição, mas ele produziu
inumeráveis benefícios, milhares de ações boas e permitiu que a sua glória brilhasse
com maior resplendor”. Como aos Apóstolos, também a nós, não faltará a graça
divina. Pois, desde já, a força de Deus nos acompanha e transfigura nossa frágil
e opaca realidade humana, de modo que em Jesus nos tornamos um “deus criado”,
um “deus pela graça divina”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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