Reflexão do Evangelho do dia 16 de Julho de 2013
Terça-feira – 16 de julho
Mt 12, 46-50 - Os verdadeiros parentes
de Jesus
O amor e o respeito de Jesus para com
sua mãe e parentes são inquestionáveis. Maria e seus irmãos desejam vê-lo, mas
a multidão que o rodeava era grande e eles não conseguem chegar até ele. Os
discípulos notam a presença deles e avisam Jesus. Sem desprezar seus parentes,
ele aproveita a ocasião para conduzir seus ouvintes ao essencial da sua missão:
seu relacionamento com o Pai celestial. Por isso, elevando a voz, ele dirige-se
a todos e fala-lhes da filiação divina. É a filiação espiritual, pertença à
família de Deus, da qual se participa pela fé. Maria não a desconhece. Já no
milagre das bodas de Caná, contempla-se sua atitude confiante, pois, situando-se
na ordem da fé, ela diz aos serventes: “Façam tudo o que Ele mandar”. S.
Agostinho, meditando sobre essa passagem, exclama: “A nobreza do nascido se
manifestou na virgindade da mãe, e a nobreza da mãe na divindade do nascido”.
Jesus tem uma intenção precisa. Ele
reconhece como parentes os que são obedientes à Palavra, portanto, autênticos
filhos do Pai que está nos céus. Por isso, diz ele: “Quem é minha mãe e quem
são meus irmãos?” Escreve Teodoro de Mopsuéstia: “Ele os interroga não para
afastar a mãe e os irmãos, mas para reafirmar que prefere a afinidade
espiritual a todo parentesco corpóreo”. As palavras do Mestre, dirigidas a
todos os discípulos, visam convocá-los a fazer parte da Aliança, tornando-os
membros de uma nova família, a família dos “santos”, aqui na terra e no céu.
Se a grandeza de Maria repousa sobre o
fato de ela ser a Mãe do Filho de Deus, muito mais sobre o fato de ela ser
mulher de fé. Ela é toda acolhida da Palavra de Deus, que, por obra do Espírito
Santo, nela se encarnou. Eis a sua glória! Referindo-se à Mãe de Jesus, diz S.
Agostinho: “Santa Maria fez a vontade do Pai e a fez inteiramente; por isso
vale mais para Maria ter sido discípula de Jesus do que sua Mãe. Feliz era
Maria, porque antes de gerá-lo, já o trazia em seu coração”. Eis a função de
Maria no interior da missão de seu Filho Jesus: Ser modelo de fé para todos os
que seguem seu divino Filho! Também nós, na medida em que acolhemos a Palavra
de Deus e ela se efetiva em nós, tornamo-nos membros da família espiritual, da
qual Maria é a mãe.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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