Reflexão do Evangelho do dia 12 de Julho de 2013
Sexta-feira – 12 de julho
Mt 10, 16-23: Os missionários serão
perseguidos
Ao anunciar a perseguição a ser movida
contra os discípulos pelo ódio de “todos por causa do seu nome”, ressoava ainda
o alerta de Jesus: “Eis que vos envio como ovelhas entre lobos”. Palavras
assustadoras, medrando receio e temor no coração dos Apóstolos. Jesus os
compreende. Para animá-los e consolá-los, ele acrescenta a promessa da Salvação,
imediatamente: “Sereis odiados por todos por causa do meu nome. Aquele, porém, que
perseverar até o fim, esse será salvo”. Ou ainda: “Pela vossa constância
alcançareis a vossa salvação”. A Providência divina lhes é assegurada e o
Senhor lhes dá a certeza de que, em meio às provações, graças à constância, a
boa semente não deixará de dar frutos. Pois, comenta S. João Crisóstomo, o fato
de Jesus “enviar seus discípulos, vestidos de uma só túnica, pés nus, sem levar
sequer um bastão, demonstra o seu inefável poder”.
Perseguição, promessa de presença
divina e de salvação. O Senhor não os abandona, acompanha-os com carinho.
Porém, uma exigência ainda é apresentada: o testemunho, dado em meio aos
sofrimentos, e o anúncio do Evangelho. Recomenda-lhes Jesus: “Quando fordes
presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo
que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer”
(v. 19). O Espírito do Pai lhes haverá de sugerir o que devem dizer em sua
defesa. Não haverá o que temer. Eles permanecerão serenos e estarão prontos a
afrontar o juízo com resolução, na certeza de que o testemunho dado clamará em
favor deles diante do tribunal de Deus: “Todo aquele que me reconhecer diante
dos homens, também o Filho do homem o reconhecerá diante dos anjos de Deus” (Lc
12,8).
Para S. Ambrósio, Jesus se dirige a
todos os que o seguem, também a nós, que já participamos “da vida ditosa, da
vida feliz, depois da vitória. De fato, terminado o combate, gozaremos da vida
na qual a lei da carne não se opõe à lei do espírito. Vida, na qual já não é
necessário lutar contra o corpo mortal, porque o mesmo corpo mortal já alcançou,
desde agora, a vitória”.
Portanto, o Evangelho, agindo, sustentando e
vitalizando todas as ações do missionário, constitui o cerne de sua vida. Conduzido
pelo Senhor a uma paisagem nova, a um mundo riquíssimo de significados vitais
e, tocado em seu coração, ele abraça as palavras de Jesus com seriedade e total
dedicação. O Evangelho torna-se sua vida, jamais extrínseco a ele, mas força
que o envolve e o entusiasma. Não simples objeto de suas reflexões, o Evangelho
é o sujeito principal de sua pregação e de seu agir, a dimensão fundamental, anterior
a todo anúncio. Ele o acolhe como referência essencial e o vive no testemunho,
de tal modo que, se for perseguido por causa dele e do nome de Jesus, ele não
vacilará em dar sua vida por Cristo, submetendo-se ao martírio.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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