Reflexão do Evangelho do dia 30 de Julho de 2013
Terça-feira – 30 de julho
Mt 13, 36-43: Explicação da parábola
do joio
Os discípulos pedem a Jesus que lhes
explique o sentido da parábola do joio. É a parábola da boa semente semeada no
campo, no qual o inimigo lança a má semente, o joio. Mais uma vez, o Mestre descreve
a densidade religiosa da história, inspirando-se num fenômeno da natureza, em
que as sementes más se misturam com as do trigo bom.
O campo compreende o mundo e o
semeador é o próprio Filho do Homem, a quem se contrapõe o Maligno, que, no
dizer de S. Gregório de Nissa, semeia “o seu joio: eu quero dizer o insulto, o
orgulho, a vanglória, o desejo de honras, a contestação e as outras produções
do mal”. A boa semente não é
propriamente a Palavra, mas os que são leais à Palavra e se deixam guiar por
ela. Na linguagem semítica, as sementes representam os filhos do Reino ou do
Maligno, o que leva Jesus a falar, imediatamente, do julgamento final, sem
mencionar o entremeio, isto é, o período de crescimento da semente. A intenção
é salientar que, no fim dos tempos, ele deverá apresentar ao Pai um reino
purificado e santificado.
Em sua missão terrena, Jesus espera
que todos acolham a misericórdia divina e participem da vida eterna. Essa vida,
ele a anuncia destemidamente, pois “a vida é a luz dos homens”. No entanto, a
luz, que nele resplandece, ele a tem “nas trevas, que não a receberam” ou, como
traduzem muitos Padres da Igreja, não a puderam dominar (katélaben). É o
combate entre a luz e as trevas, melhor, vitória da luz sobre as trevas. Vitória
estabelecida não pelo julgamento, ao qual ele não se refere propriamente, mas pelo
ato de fé dos que o seguem. Chega-se à afirmação desejada: “Aquele que crê nele
não é julgado, mas aquele que não crê nele já foi julgado, porque não creu no
nome do Filho único de Deus”.
A mensagem é clara e, ao mesmo tempo,
consoladora: aquele que crê no Filho se coloca além de todo julgamento. No
Evangelho de S. João, ele declara: “Quem escuta a minha palavra e crê naquele
que me enviou, tem a vida eterna e não vem a juízo, mas passou da morte à
vida”. Quem acolhe a verdade, presença do amor infinito de Deus, eleva-se acima
de todo julgamento. Pois o desejo divino é que todos se convertam e possam
alcançar a salvação. Estes “brilharão como sol no Reino do Pai”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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