Reflexão do Evangelho do dia 22 de Julho de 2013
Segunda-feira – 22 de julho
Jo 20,1-2.11-18: Aparição a Maria
Madalena
No primeiro dia da semana, Jesus
ressuscita dos mortos. “O dia da ressurreição, diz S. Agostinho, é o
escatológico oitavo dia, graças ao qual nos tornamos partícipes da nova criação
representada pela nova semana, pois o desonroso escândalo da crucifixão de
Jesus e o horror da sua morte foram vencidos. Assim como a luz expulsa as
trevas, na aurora do novo dia, surge agora o primeiro dia da nova era de
salvação”.
A primeira série das aparições de
Jesus, mais pessoais e tocantes, tem como protagonistas as santas mulheres e os
Apóstolos Pedro e João. Hoje, o Evangelho narra o encontro de Jesus com Maria
Madalena. Em descrição simples e de inefável condescendência divina, destaca-se
o valor das “intuições do coração”. Voltada para o túmulo vazio, Maria,
mergulhada em sua dor, não o reconhece imediatamente. Mas ao ouvir a voz do
Senhor, clara e suave, pronunciando seu nome, sua esperança renasce e ela readquire
força e alento para voltar-se e contemplá-lo. Se os argumentos se mostram tênues
e as vozes distantes, é decisivo o encontro com o Mestre. É ele que lá está
sempre o mesmo, no entanto, surpreendentemente mudado. Agora, quando não mais
pode duvidar e quer apoderar-se de sua presença, ela ouve: “Não me toques”. Mas
curada em sua alma e envolvida em suave alegria, ela se torna ágil para levar
até os Apóstolos a boa-nova da Ressurreição do Mestre. Com jubilo, ela
proclama: “Eu vi o Senhor”. Cena comovente, que leva S. Máximo o Confessor a colocar
nos lábios de Jesus palavras de conforto: “Eu sou o vosso perdão; eu sou a
Páscoa de salvação; sou a vossa luz, a vossa ressurreição”.
Nas aparições de Jesus destacam-se a
profissão e a transmissão da fé, que reanimam o coração abatido dos Apóstolos e
os impele, como Maria Madalena, a anunciar a sua ressurreição: “Vai, diz Jesus
a Madalena, a meus irmãos e dize-lhes: Subo a meu Pai e vosso Pai; a meu Deus e
vosso Deus”. Palavras que recapitulam, no dizer de S. Gregório de Nissa, “todo
o desígnio do plano de nossa Redenção, pois é como se o Senhor estivesse
dizendo que Deus retorna a ser nosso Pai, o verdadeiro Pai que abandonamos. Por
minha causa, ele se torna de novo vosso Deus, o verdadeiro Deus que negastes”. Dá-se,
assim, o milagre, não da criação, mas da recriação, pois os vínculos do mal são
rompidos e celebra-se o retorno de cada um de nós à glória da feliz visão de
Deus, nosso Pai.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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