Reflexão do Evangelho do dia 11 de Julho de 2013

Quinta-feira - 11 de julho
Mt 10, 7-15 -  A missão dos Doze (II)
            
          Os Apóstolos deverão passar pelas cidades e aldeias de Israel, proclamando que “o Reino dos Céus está próximo”. Eis que se cumpre a resposta de Jesus aos enviados de João Batista: realiza-se o tempo da profecia messiânica.
Jesus ordena aos seus Apóstolos: “Dirigi-vos, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel. Dirigindo-vos a elas, proclamai que o Reino dos Céus está próximo”. Com ênfase, ele recomenda-lhes que não levem nada consigo, pois os quer livres de todo apego aos bens materiais e de toda preocupação em obter posses terrenas. Mas, nas areias áridas do desprendimento, suspirando por um refrigério, oásis de paz, eles miram nos horizontes o vulto do Senhor, que os proverá. “A glória deles, reflete S. Cirilo de Alexandria, não é a de não possuírem nada”. Mas a de se colocarem nas mãos divinas. Na renúncia, eles contemplam a aurora da alegria sobrenatural. E colocam-se no cumprimento da missão confiada pelo Senhor, que, através deles, continua a realizá-la. Comenta S. Hilário de Poitiers: “Todo o poder do Senhor foi comunicado aos Apóstolos. E para que se assemelhassem plenamente a Deus, seguindo a profecia do Gênesis, ele lhes ordena dar gratuitamente o que gratuitamente eles tinham recebido”.
          No despojamento e na simplicidade, os Apóstolos compreendem: o verdadeiro milagre é viver e anunciar o amor. Eles proclamam a gratuidade da doação, o amor “agápico”, convocando à conversão “as ovelhas perdidas da casa de Israel”. O apelo do Senhor: dar gratuitamente, lhes permite compreender que o amor ao próximo é sintoma da aquisição do verdadeiro amor a Deus, que é generosidade e bondade. Portanto, evangelizar é viver o amor, movimento da alma, sobretudo, dom incriado, que, como “energia divina”, inflama a alma sem cessar e a reúne a Deus pela força do Espírito Santo. S. João Clímaco, mais tarde, exclamará: “Tu feriste minha alma, ó Amor, e meu coração não pode suportar tuas chamas. Avanço louvando-te”.
          Eis a missão dos Apóstolos. Anunciar o Evangelho e realizar as obras de misericórdia graças aos poderes concedidos pelo Senhor: a cura dos doentes, até mesmo ressuscitar mortos e expulsar demônios. Porém, segundo S. Isaac Siríaco, “o sinal seguro para reconhecê-los é não lhes parecer suficiente o fato de serem, porventura, entregues, dez vezes ao dia, às chamas por sua caridade para com o próximo”. No amor, os Apóstolos testemunham alegria e paz anunciando e vivendo o Evangelho.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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