Reflexão do Evangelho do dia 06 de Julho de 2013
Sábado – 06 de julho
Mt 9, 14-17: Discurso sobre o jejum
Os profetas insistem menos sobre a
severidade do jejum e muito mais sobre a conduta justa e caritativa para com o
próximo. No entanto, os discípulos de João Batista e os fariseus multiplicam jejuns
e orações. Embora também Jesus jejue por quarenta dias, ele sugere uma mudança,
senão um novo relacionamento com Deus e com o mundo. A voz dos profetas
plenifica-se. Ele proclama, pelo seu jejum, que “o homem não vive só de pão,
mas de toda palavra que sai da boca de Deus”. E se os discípulos não jejuam é
por uma razão bem precisa: sua presença entre eles.
Jesus é o esposo, descrito pelas
Escrituras, e os discípulos são os amigos do noivo e participam da graça que
salva. Agora, enquanto ele estiver no meio deles, eles não são obrigados a
jejuar, pois como comenta S. Hilário, “este fato demonstra a alegria dos
discípulos com a presença de Jesus”. Nesse período, não se há de jejuar, porque
o Esposo está lá e com Ele o tempo messiânico, tempo de núpcias, de abundância
e de alegria. Mas ao dizer: “quando Ele lhes for tirado”, Jesus evoca sua morte,
também sua ascensão, quando, então, eles jejuarão para significar que o olhar deles
não se prende à realidade terrena, eleva-se à contemplação de Deus. Porém,
desde já, atormenta-os uma fome diferente, a fome da bondade e da misericórdia,
do perdão e do amor.
Em vista de sua partida, o Senhor os
prepara falando do “remendo de pano novo em roupa velha em que o rasgo se torna
maior” ou do “vinho novo em odres velhos”, o que provocaria o rompimento destes
últimos. S. João Crisóstomo reporta-se a esta citação para lembrar o fato de
“os discípulos não estarem suficientemente fortes e terem necessidade de muita
condescendência. Não tinham ainda sido renovados e fortalecidos pelo Espírito
Santo”. “Só então jejuarão”, declara S. Basílio Magno. Jejuarão “para proclamar
que suas vidas estão orientadas para as realidades que ultrapassam os bens
simplesmente materiais e carnais”.
Por conseguinte, o jejum torna o
discípulo mais leve e o seu coração ardente de amor a Deus e ao próximo. Sua
vida assinala verdadeira liberdade diante do que é terreno e material, pois seu
coração só encontra felicidade e paz em Deus. Certa vez, o abade Pambo
interrogou o abade Antônio: “O que devo fazer? O ancião lhe disse: Não confies
na tua justiça, não te aflijas com o passado, mas ponhas freio à tua língua e
ao teu ventre”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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