Reflexão do Evangelho do dia 31 de Agosto de 2013


Quarta-feira – 31 de julho

Mt 13, 44-46: As parábolas do tesouro e da pérola

 

          Um homem encontra um tesouro enterrado, descoberto de modo fortuito.  “Na sua alegria”, ele vai e vende tudo o que possui para comprar o campo. O mesmo acontece com o negociante que, “ao achar uma pérola de grande valor, vai e vende tudo o que possui e a compra”. A pérola se destaca pelo seu valor, beleza e perfeição. O Reino de Deus é o tesouro, é a pérola preciosa, cujo preço é inacessível e supera toda riqueza material. Buscado antes de todas as outras coisas, ele é recebido, desde agora, gratuitamente.

A parábola sugere a ideia de que o Reino é dado e, portanto, não é um poder atemorizador, diante do qual somos forçados a nos inclinar, mas ele é um dom. A atitude própria para acolhê-lo é exemplificado pelas crianças, em sua simplicidade e confiança. Não é a humildade que as torna merecedores do Reino, mas é ela que as possibilita acolhê-lo. O fato de encontrá-lo sugere a ideia de procurar, não com indolência, mas dedicando suas energias a essa tarefa, consciente de que não basta o esforço humano. Exige-se a fé. As palavras de Jesus: “Tua fé te salvou”, mostram que o Reino não se realiza “ex opere operato”. Ele é acolhida do poder e da vida de Deus na vida mesma do homem.

          Nas duas parábolas, revela-se o mistério do amor de Deus (philantropia), sem negar ou diminuir a liberdade humana, fundada na previsão de seus atos livres. Por isso, destaca-se no relato a adesão do discípulo e, por conseguinte, a exigência de renúncia. S. Hilário de Poitiers reconhece a necessidade de semelhante esforço e sacrifício, ao dizer que “o tesouro estava escondido porque devia ser comprado também o campo. Com efeito, pelo tesouro no campo se entende Cristo encarnado, que gratuitamente vem ao nosso encontro. O ensinamento dos Evangelhos é em si completo. Mas não há outro modo de utilizar e possuir o tesouro no campo, a não ser pagando com a renúncia, pois não possuímos as riquezas celestiais sem renunciar ao mundo (do pecado)”.

A alegria dominará o coração daquele que encontrou o tesouro e irá impregnar todas as suas atividades, sem deixar de estar presente no desprendimento e na renúncia. De fato, tendo recebido o bem precioso da fé, que é o próprio Jesus, tesouro inefável ,       “na alegria, ele vai e vende tudo o que possui e compra aquele campo”.

 

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Reflexão do Evangelho de Lc 9, 51-56 - Jesus não é acolhido pelos samaritanos - Terça-feira 30 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Jo 7,37-39 - Promessa da água viva - Sábado 07 de Junho

Reflexão do Evangelho de Lc 11, 5-13 – A oração perseverante (amigo importuno) - Quinta-feira 09 de Outubro