Reflexão do Evangelho do dia 15 de Julho de 2013

Segunda-feira – 15 de julho
Mt 10, 34-11,1: Jesus causa divisões
         
          Pasmos, ouvimos Jesus dizer: “Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas espada”. Contrariando a esperança messiânica de seu tempo, ele traz a paz que se estabelece, primeiramente, não entre os homens, mas sim entre Deus e os homens, provocando rupturas e divisões. É hora de decisão. Por isso, ele declara não ter vindo trazer a paz, mas a espada, pois sua mensagem e seus ensinamentos são fonte de julgamento, que poderá cortar, se for necessário, afetos familiares ou, no dizer de S. João Crisóstomo, “eliminar o que é doente e separar o que causa contraste e rebelião no nosso interior”.
          No entanto, a primazia não deixa de ser a paz interior, que leva o cristão ao cume do bem e a imolar-se no “altar do coração” na oferta de sua vida a Deus, em benefício dos irmãos. Realiza-se a profecia de Miqueias, que denuncia a corrupção de seu tempo, em que os ministros de Deus tinham-se transformado em pessoas corruptas, e a desarmonia era geral. Seguir Jesus exige assumir compromissos, que ultrapassam o amor devido aos pais e parentes. A precedência é o amor a Deus e a correspondência ao desígnio divino, que ilumina o agir do discípulo em suas decisões. Não há espaço para o comodismo ou irenismo, que faz desaparecer as fronteiras do bem e do mal, diluindo contrastes e opções claras pró ou contra Deus.
          Importante é colocar Deus em primeiro lugar e fazer opções claras por Ele. Ao falar de tomar a cruz e segui-lo Jesus deseja que o discípulo alimente uma disposição total e interior de entrega a Deus. À renúncia aos seus pais e familiares, S. Agostinho contrapõe o amor aos mesmos, com as palavras: “Eu vos amo em Cristo, mas não vos amo em lugar de Cristo. Sede comigo nEle, mas não eu convosco sem Ele”. Eis a orientação fundamental de nossa vida!
Por isso, suplicamos: “Senhor, nenhum olho viu, nem ouvido ouviu, nem coração concebeu o que tendes preparado para os que vos amam. Purificai-nos com o fogo do Espírito Santo, para que possamos amar-vos em todas as coisas e acima de tudo e, assim, recebamos a recompensa que prometestes aos vossos discípulos”.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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