Reflexão do Evangelho do dia 19 de Julho de 2013
Sexta-feira -19 de julho
Mt 12, 1-8 - Colheita das espigas
“Jesus
proclama o sábado da graça e da ressurreição eterna, e não o da Lei”, escreve
S. Ambrósio. De fato, o “descanso sabático” era um tempo especial para recordar
e celebrar a bondade de Deus e a de sua obra, a criação e a redenção. Dia
colocado à parte para a oração. No entanto, em dia de sábado, os discípulos,
com fome, arrancam espigas para comer, debulhando-as. Os escribas e fariseus
ficam escandalizados. Não porque apanhavam as espigas, o que era permitido por
lei, mas por o fazerem no sábado. Os evangelistas aproveitam esse episódio da
vida de Jesus para revelar seu ser e sua missão.
O serviço do Templo pode dispensar os
sacerdotes das exigências do Sábado. Exclama S. Hilário de Poitiers, “Jesus, é
ele mesmo o Templo”. Portanto, com muito mais razão, os discípulos a serviço do
Filho do Homem sentem-se dispensados de tais obrigações. Não se nega o valor do
sábado. Ele continua assinalando que o homem e o seu trabalho são santificados no
dia consagrado a Deus. É garantia da Aliança e da entrada do povo eleito no
“Repouso eterno”.
Ora, Davi comeu e deu de comer os pães
da proposição “a seus companheiros, quando tiveram fome, pães que só os
sacerdotes podiam comer”. E ali está quem é mais do que Davi. Dizia-lhes Jesus:
“O Filho do Homem é senhor do sábado!” O sábado jamais é entendido como uma
exigência arbitrária e tirânica. Ele proclama a disposição benevolente de Deus
no desejo de proteger o homem em sua vida e em seu trabalho. Portanto, no
sábado vige a liberdade “para fazer o bem”. Por isso, logo a seguir, ele cura o
homem com a mão atrofiada. Os ouvintes, particularmente os fariseus, “são
remetidos à prática das obras de misericórdia que Deus espera de todos nós”,
nos lembra S. Cirilo de Alexandria. O zelo pela observância do sábado não pode
ser causa de cegueira. Acima dele se coloca a prática das exigências da
caridade. Aliás, Jesus não veio abolir a lei do sábado. Ele “quer torná-lo
ainda mais majestoso, pois tudo o que foi prescrito na Lei, nele se cumpriu”,
observa S. João Crisóstomo. Em Jesus, o sábado, mais tarde o domingo, torna-se
um convite à contemplação dos mistérios inefáveis, que se efetiva, pela graça
divina e pela liberdade humana, na união com Deus.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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