Reflexão do Evangelho de Jo 10, 1-10: O Bom Pastor - Domingo – 11 de Maio

Reflexão do Evangelho de Jo 10, 1-10: O Bom Pastor
Domingo – 11 de Maio
                                              
         A imagem de Deus como pastor tem suas raízes na cultura aramaica, que precedeu os patriarcas de Israel. Os arameus eram nômades, em meio a uma civilização pastoril, em que o pastor caracterizava-se como chefe e amigo, forte para defender o rebanho dos assaltos de ladrões e feras, suave e delicado para cuidar das ovelhas e levá-las em seus braços caso se desgarrassem. No Antigo Testamento, Deus é denominado Pastor de seu povo e, nos Evangelhos, Jesus se apresenta como o bom Pastor, que arrisca sua vida para procurar e salvar a ovelha desgarrada.
Embora não dê o título de pastor aos que o seguem, Jesus descreve o seu ministério, como também o de seus seguidores, sob os traços misericordiosos e solícitos do pastor que cuida de suas ovelhas e afadiga-se em buscar a ovelha perdida. À noite, ele as recolhe num espaço comum e, de manhã, chamando-as individualmente por seu nome, ele as conduz aos pastos disponíveis. As ovelhas seguem docilmente seu verdadeiro pastor, porém, não reconhecendo a voz do ladrão ou de um estranho, negam-se a acompanhá-lo. Este entra furtivamente no redil, provavelmente, movido pelo egoísmo e por interesses pessoais, causando danos às ovelhas. Ao invés, entre o bom pastor e suas ovelhas cresce uma relação de familiaridade e de ternura. Elas o seguem com total confiança.  
“Eu sou o bom Pastor”, proclama Jesus, que por elas irá se imolar, revelando-lhes seu amor gratuito e generoso. E acrescenta: “Eu sou a porta”. Porta por onde as ovelhas transitam livremente. Os horizontes se ampliam e, então, compreendemos que por ele as ovelhas, que nos representam, chegam às verdes pastagens, isto é, às riquezas dos dons de Deus, à salvação e à vida eterna. Tornamo-nos partícipes da tranquila liberdade dos filhos de Deus e, então, aos nossos ouvidos soa a suave melodia do amor gratuito e da bondade despretensiosa: “Como o Pai me conhece, e eu conheço o Pai, eu dou minha vida pelas ovelhas”. Grandeza indizível de seu amor para conosco! Nosso coração, esvaziado de suas paixões e desejos desordenados, vê emergir, no calmo lago de nossa alma, a face do Senhor e a verdadeira face de nossos irmãos.
         Ao meditar sobre a parábola do bom Pastor, S. Gregório Magno ouve o Mestre dizer: “A prova de que eu conheço o Pai e o Pai me conhece a mim está em que eu entrego minha vida por minhas ovelhas. Ou seja, na caridade com que morro por minhas ovelhas, manifesto meu amor pelo Pai”. É o ar da ressurreição que penetra nossos pulmões, “nutrindo-nos no amor de Cristo cada dia e a toda hora, tornando-nos imortais, pois Deus é amor” (Isaac de Nínive).
         No dia de hoje, pedimos que nossas mães, avós e madrinhas sejam para seus filhos e filhas presença da bondade de Jesus. Elas não só os geraram para a vida humana e divina, mas os acompanham, com amor carinhoso e terno, onde quer que estejam. Mãe, em meio às rudezas e asperezas da vida, tenha sempre seu coração aberto, seu olhar compassivo para perdoar seus filhos e acolhê-los. Nosso mundo precisa de testemunhos de doação generosa e gratuita, de compreensão e ternura. Jesus não era orgulhoso nem falso, como os fariseus, mas Ele é o bom pastor pronto a dar a sua vida por suas ovelhas, que somos nós. Mãe, se você é pobre, sua riqueza são seus filhos; se você está abandonada, não se sinta só e que a lembrança dos filhos aqueça a sua alma. Mãe, não deixe de rezar por mim, não só neste mundo, também na eternidade. Maria, nossa querida Mãe, intercede por nós, e nós, em Jesus, permanecemos unidos.   


Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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