Reflexão do Evangelho de Jo 16, 5-11- A vinda do Espírito Santo - Terça-feira 27 de Maio

Reflexão do Evangelho de Jo 16, 5-11- A vinda do Espírito Santo
Terça-feira 27 de Maio
                  
         Pelos caminhos da Galileia e da Judeia, os Apóstolos acompanham Jesus e se sentem unidos a Ele: “A vida, a alegria e a festa deles é Cristo, luz da luz do Pai” (Isaac de Nínive). Mas agora, as palavras de Jesus tinham o sabor de uma despedida. A tristeza apoderou-se dos Apóstolos. Se até aquele momento, Ele falava em nome de todos, chegou a hora de Ele partir e serão os Apóstolos que terão de testemunhar e de falar em seu nome. Os Apóstolos, porém, não permanecerão desamparados. O Espírito, que estava junto a eles na pessoa de Jesus, estará interiormente presente neles, iluminando-os e conduzindo-os à verdade plena. A ida do Senhor corresponde à vinda do Espírito Santo, que os capacitará a testemunhar a missão do Senhor, selada com sua morte por amor.
         A missão de Jesus tinha chegado ao seu termo, mas um longo caminho seria percorrido pelos seus seguidores, continuadores de sua missão e anunciadores do Evangelho do amor a todos os povos. Para guiá-los e protegê-los, eles contam com a presença do Espírito Santo, que no Evangelho de S. João é identificado com o amor. Mais precisamente. O Espírito se revela em Jesus e na pregação dos Apóstolos como amor, em seu caráter pessoal: Ele é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade, cuja fonte absoluta é o Pai no amor recíproco ao seu Filho Unigênito. Pensando nas palavras do Mestre, S. Cirilo de Alexandria comenta que “enquanto Jesus vivia corporalmente entre seus fiéis, ele se revelava como o dispensador de todos os seus bens; mas quando chegou a hora de regressar ao Pai celestial, continuou presente entre seus féis mediante seu Espírito, e habitando pela fé em seus corações. Assim já não são simplesmente homens, mas filhos de Deus e habitantes do céu, pelo fato de se terem tornado partícipes da natureza divina”.
         Portanto, cabe ao Espírito divino comunicar-nos as riquezas reveladas por Jesus e Ele o faz, com tal liberalidade, que Jesus diz aos Apóstolos que “eles farão as obras que Ele faz e farão até maiores do que elas”. A prova de que essas obras estão vinculadas à ação do Espírito é a liberdade, à moda do vento que sopra onde ele quer e ninguém pode dizer nem donde vem nem aonde vai. O Espírito divino é a própria liberdade, vivida tanto em nossa história humana como na eternidade do Pai, liberdade do amor, do seu amor, caminho para se chegar à alegria perfeita, cujos primeiros frutos são “a caridade e a paz”.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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