Reflexão do Evangelho de Jo 14, 15-21 - O Espírito da Verdade - Domingo 25 de Maio

Reflexão do Evangelho de Jo 14, 15-21 - O Espírito da Verdade
Domingo 25 de Maio
                                     
         O êxodo de Jesus, sua subida para o Pai pela cruz e ascensão, irá provocar a descida do Espírito Santo. A ressurreição de Jesus é concebida por S. João como o início da comunicação do divino Espírito, que só virá aos discípulos, interiormente, após a sua ascensão. Então, Ele rogará ao Pai que lhes mande outro Consolador que permanecerá com eles para sempre. Este Consolador é o Espírito da Verdade, “que o mundo não pode acolher, porque não o vê nem o conhece”. Mas “vós, diz Jesus, o conheceis, porque ele permanece convosco” e está em vós, e não vos abandonará jamais.
         Receber o Espírito, diz S. Gregório de Nazianzo, é “ser purificado como o ouro no fogo”. Por outro lado, a sua não acolhida leva à impiedade para com os pais, à rejeição a Deus, à violência, à inveja, ao roubo, à ganância, em suma, ao desrespeito ao Decálogo, pois se instala no coração humano a força destruidora de sua vida pessoal e social. Os que acolhem Jesus, o Espírito da Verdade os vivifica e neles florescerão as possibilidades humanas de pensamento e sensibilidade, de amizade e criatividade, que, embora permanecendo estruturas humanas, participam da infinita capacidade divina de luz, de alegria e de amor.
         Jesus pedia ao Pai que protegesse aquele pequeno rebanho, reunido ao seu redor. E desejando encorajá-los e animá-los, diz-lhes: “Não vos deixarei órfãos, logo virei a vós. Ainda um pouco e o mundo não mais me verá, mas vós me vereis porque eu vivo e vós também vivereis”. Afastam-se deles o medo da morte e a angústia interior, e nas palavras do Senhor eles sentem o sopro da esperança e da vida nova: o Mestre revela-lhes o segredo da verdadeira e interminável vida. No entanto, cabe ao Espírito da Verdade interiorizar a mensagem do Filho, para que os discípulos possam vivê-la e anunciá-la a todas as pessoas, e Ele o faz com tal liberalidade que eles realizarão “as obras que faço, diz Jesus, e farão até maiores do que elas, porque vou para o Pai”. O Espírito da Verdade, enviado pelo Pai e pelo Filho, conserva os discípulos na verdade e consolida para sempre a referência deles com o Pai, de modo a prolongarem a missão do Filho Jesus.      
         Portanto, o Espírito, nosso Consolador, comunica-nos a vida de Deus e é Ele quem nos guia no caminho da verdade para encontrarmos o proceder adequado e coerente com nosso Batismo. Ele é o divino intérprete de Deus no dia a dia de nossa vida cristã. Com S. Irineu, dizemos: “Porque onde está a Igreja, ali está também o Espírito de Deus. E ali onde está o Espírito de Deus, ali está a Igreja e toda a graça. E o Espírito é a Verdade”.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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