Reflexão do Evangelho de Jo 14, 21-26: Quem tem meus mandamentos - Segunda–feira – 19 de Maio
Reflexão do
Evangelho de Jo 14, 21-26: Quem tem meus mandamentos
Segunda–feira – 19
de Maio
Já
era noite, Jesus ceava com os seus apóstolos, momento de familiaridade e
intimidade. De repente, dirigindo-se aos discípulos, suas palavras adquirem o
sabor de uma despedida: “Meus filhinhos, diz Ele: “Ainda um pouco de tempo e o
mundo não mais me verá... mas quem tem meus mandamentos e os observa é que me
ama... eu o amarei e a ele me manifestarei”. Pasmos e emocionados os Apóstolos o
ouvem e, após um tempo de silêncio, “Judas, não o Iscariotes, pergunta: Senhor,
por que te manifestas a nós e não ao mundo?” De fato, Jesus não deixava “Tábuas
da Lei”, como Moisés, nem qualquer outro escrito, mas, como herança, permanecia
apenas um pequeno grupo de seguidores. Por isso, com razão, os chefes do
Sinédrio julgavam que, com a sua morte, eles estariam extirpando o movimento
iniciado por Jesus. Devemos agir quanto antes, pensavam eles, a árvore será
arrancada, antes mesmo que ela possa dar seus primeiros frutos.
A pergunta de
Judas não deixa de ser pertinente, ela permite entrever uma diferença entre os
que seguem Jesus e os outros, o mundo. Palavra esta muitas vezes utilizada pelo
evangelista S. João para designar todos os que jazem no mal e no pecado. Em
oposição, os seguidores do Messias, uma vez convertidos, constituem lugar de
ressurreição e de vida nova, lugar pentecostal e de purificação interior, pois
acolhem Jesus, caminho e verdade, que conduz à vida plena em Deus. Antes pecadores
e indignos, eles tornam-se seres dignos do amor de Deus.
Não só naquele tempo, quantos outros, através
dos tempos, hão de experimentar a ação transformadora de Jesus em sua vida. Um
deles, S. Agostinho, revivendo sua experiência pessoal, exclama: “Deus ama cada
um de nós como se houvesse só um de nós para amar”. Amor infinito, generoso e
misericordioso. E a este amor divino, o homem responde, livre e decididamente,
observando os mandamentos do Senhor. E, como Agostinho, “ele canta a glória do
Senhor, melhor, ele mesmo torna-se canto de glória e vive Deus como sua vida,
como a alma de sua alma, o amor do seu amor”. Nele, realizam-se as palavras do
Evangelho: “Quem tem meus mandamentos e os observa é que me ama e eu o amarei e
a ele me manifestarei”.
Dom Fernando
Antônio Figueiredo, OFM
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