Reflexão do Evangelho de Jo 6, 44-67: Jesus, Pão da vida eterna - Quinta- feira 08 de Maio e Sexta-feira 09 de Maio
Reflexão do Evangelho de Jo 6, 44-67: Jesus, Pão da
vida eterna
Quinta- feira 08 de Maio e Sexta-feira
09 de Maio
A figura de Jesus perturbava os judeus, principalmente, os escribas e
fariseus, provocando as mais diversas reações. Apesar das dúvidas que os atormentava,
movidos pelo amor e iluminados pela fé, os Apóstolos reconhecem, naquele
peregrino errante, o Messias. Entre seus seguidores, há os que acolhem a sua
palavra, mas há também os que se escandalizam e rejeitam as suas ideias. Dessa
vez, inclusive seus discípulos, todos estavam perplexos e, alguns deles,
cochichavam: “Estas palavras são difíceis demais; quem pode entendê-las?” Jesus
acabara de afirmar: “Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o
seu sangue, não tereis a vida em vós”. O constrangimento é geral. Os adversários,
com a sutileza costumeira, querem aproveitar o momento e desenvolver entre os
seguidores de Jesus a semente da dúvida. Daí a pergunta: “Como este homem pode
dar-nos a sua carne a comer?”
Muitos viam cair por terra os seus sonhos de grandeza e de ambição. Mas
em quem esperar senão em seu Mestre? À primeira vista, suas dúvidas não
exprimiam rejeição a Jesus, mas, por não conseguirem entendê-lo, elas
significavam o desejo de conhecer melhor a sua mensagem. Aliás, o mesmo tinha
acontecido com Nicodemos, que, no cair da noite, de modo sigiloso, diante da
afirmação de Jesus de que era necessário nascer de novo, pergunta: “Como pode
um homem nascer uma segunda vez?” O mesmo se deu com a samaritana. À beira do
poço de Jacó, admirada, ela interroga: “Senhor, nem sequer tens uma vasilha e o
poço é profundo; de onde, pois, tiras esta água viva?” Suas perguntas traduzem
a vontade de conhecer mais profundamente as suas palavras, embora deixem
entrever certa objeção ao que Ele diz. Por outro lado, bem diversa é a atitude
de sua Mãe Maria. Depositando total confiança na Palavra do mensageiro, ela não
duvida do poder de Deus, pois ela mesma afirma nada ser impossível a Deus. Sem
hesitar, ela apenas deseja saber “como é que vai ser isso, a encarnação”.
Não
se trata, evidentemente, de aceitar um conjunto de conhecimentos, mas estar em
união com Ele ou, na expressão de S. João, crer nele (pisteuein ein). E “crer
nele” significa ouvir seus ensinamentos e permanecer unido a Ele, o que nos
conduz à concepção mística do evangelista: crer é viver em Deus. Jesus é o dom
de Deus que nos comunica a vida verdadeira, sua própria carne, sua vida humana
para nossa salvação. É justamente este dom da própria vida que se comemora na celebração
eucarística, em que Ele dá sua carne “para a vida do mundo” ou sua vida em
resgate para muitos. Ao participarmos da eucaristia, participamos de sua vida e
somos incluídos em sua vida e em seu corpo.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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