Reflexão do Evangelho de Jo 10, 11-18: O bom Pastor dá a vida por suas ovelhas - Segunda-feira – 12 de Maio
Reflexão do Evangelho
de Jo 10, 11-18: O bom Pastor dá a vida por suas ovelhas
Segunda-feira – 12 de Maio
O
tema da vida pastoril é comum ao povo judaico. Já no princípio da história
bíblica, Deus é chamado de Pastor. Também os patriarcas e os próprios reis
recebem o título de “pastor”. No Evangelho, Jesus descreve o seu ministério em
termos de pastoreio e, na hora de sua morte, ele se compara ao Cordeiro imolado
e ao pastor separado das ovelhas pela morte violenta. No texto, ora
considerado, em oposição ao mercenário, ele declara ser o bom Pastor, pronto a
dar a vida por suas ovelhas, enquanto o mercenário, à chegada do lobo, foge e
abandona o rebanho. Ao invés, entre o bom Pastor e as ovelhas, medram profundos
vínculos de comunhão, que nos remetem à sua união com o Pai: “Eu conheço a
minhas ovelhas e elas me conhecem, como o Pai me conhece e eu conheço o Pai”. A
inter-relação entre o Pai e o Filho se estende ao conhecimento recíproco existente
entre pastor e ovelhas, permitindo-nos considerar a cruz não como um ato externo
e violento imposto a Jesus, mas como livre oferta do bom Pastor, que se
sacrifica por suas ovelhas.
No entanto, ocorre
que os ministros do bom Pastor, escravizados por lucro, ganância ou pelo poder
dominador, têm uma alma de mercenário. Buscam mais a si mesmos e muito menos o
bem das ovelhas. Por isso, diante das dificuldades e perigos, por temor,
abandonam as ovelhas, “porque temer, diz S. Agostinho, é espiritualmente
fugir”. O mesmo não acontece com os legítimos pastores, que levam as ovelhas a
unir-se ao Senhor e a viver em comunhão com o Pai, jamais querendo se apossar
delas. Eles as levam a serem livres para a verdade; orientados para o alto,
também elas viverão voltadas para o Senhor, num ato de liberdade e de amor. Vale
dizer, entre Cristo e seus seguidores existe uma relação única de verdadeira solidariedade,
entendida como a inclusão de todos eles em sua humanidade.
Jesus é o verdadeiro
bom Pastor, que conhece cada um de nós, chamando-nos pelo nome e comunicando
aos nossos corações paz e confiança. Sentimo-nos envolvidos e protegidos por Ele,
que nos abraça e nos acalenta no regaço do seu ardente amor. Caso vivamos
unidos a Ele, nossa missão refletirá a sua missão e estaremos prontos a
colocar, segundo S. Agostinho, “os próprios bens em benefício de todas as
ovelhas e, se necessário for, dando a vida por elas”. Em outras palavras, o verdadeiro
Pastor nos introduz na comunhão com Deus para vivermos a total liberdade no
amor.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
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