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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

Reflexão do Evangelho - Domingo 01 de Março

Reflexão do Evangelho Mc 9, 2-10 - Transfiguração do Senhor Domingo 01 de Março                A fonte de inspiração e a referência essencial de nossa vida cristã é a nossa solidariedade com Jesus, melhor, a inclusão nele de nossa humanidade regenerada. Nossa vida, morte, dor e sofrimento estão incluídos na obra redentora de Jesus, pela qual somos reconciliados com o Pai. Sua ressureição é a vitória definitiva do primeiro de todos os homens e primícias de todos os outros. É o triunfo final da Verdade e do Bem, presentes em Jesus de Nazaré. Mas a luz de sua glória ilumina não só o futuro; o cristão torna-se presença do Ressuscitado, pois, na humanidade de Cristo, transparece o que cada ser humano pode e deve se tornar. Assim, na transfiguração, evidencia-se a certeza de que o homem, caído em Adão, reergue-se em Jesus e participa, desde já, da verdadeira vida, da vida eterna. A única exigência é compreender o benefício de crer sem ter visto.      No alto da montanha, contemp

Reflexão do Evangelho - Sábado 28 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Mt 5, 43-48 - Amor aos inimigos Sábado 28 de Fevereiro        Oculto em sua humanidade, o Filho de Deus não só se dá a conhecer como “suprema epifania” do amor incomensurável de Deus, mas também nos inclui em sua vida humano-divina. Nele, amamos a Deus e, no mesmo amor concedido a nós por Ele, amamos o próximo. Eis a chave da nossa esperança, com a qual abrimos a porta do nosso coração para entrever o novo horizonte do povo de Israel, renovado por Jesus. Sem negar a afetividade (éros), força natural para o bem, vivemos o amor-doação (ágape), que confere asas à alma e a eleva ao belo e ao desejo da felicidade eterna. Com efeito, a comunhão em Deus, além de superar todas as fronteiras de raça e de preconceitos, torna o éros, força presente no coração humano, e o amor divino (ágape), conaturais à condição humana.          Por isso, sem qualquer receio, os primeiros cristãos proclamam a total compatibilidade do eros e do ágape, colocando-os no interior do m

Reflexão do Evangelho - Sexta-feira 27 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Mt 5, 20-26 - A nova justiça é superior à antiga Sexta-feira 27 de Fevereiro Na cultura da época, a punição era dura e por vezes mais pesada do que a infração. Jesus situa-se em outra ordem e estabelece princípios, que inspiram os filhos de Deus a vencer o mal pelo bem e amar os próprios inimigos. Às proibições, Jesus antepõe a virtude do amor fraterno. Por isso, de modo enfático, Ele proclama: “Não matarás, aquele que matar terá de responder em juízo”. Para o Senhor, é impensável tirar, de modo voluntário, a vida de alguém, primariamente, pelo fato de ele estar agindo contra o próprio Deus, “à imagem e semelhança do qual” todo ser humano foi criado. S. Gregório de Nissa dirá que o ser humano é “imagem viva de Deus”, não apenas enquanto ser espiritual, mas também em seu ser corpóreo. No seu todo, como ser único e indiviso, o homem é um retrato de Deus, de modo que, através de sua grandeza e dignidade, refletida de modo pleno em Jesus Cristo, pode-se entre

Reflexão Evangelho - Quinta-feira 26 de Fevereiro

Reflexão Evangelho Mt 7, 7-12 - Confiar no Pai - Pedi e vos será dado Quinta-feira 26 de Fevereiro        A própria angústia do homem, suscitada pela certeza de sua morte, exprime seu desejo de felicidade e de superação. S. Irineu exclama: “Uma vida sem eternidade é indigna do nome de vida. Verdadeira é unicamente a vida eterna”. Voz de um mártir, do início do século 3º, que percorreu o caminho trilhado por Cristo! Como cristão, ele se reconhece incluído em Cristo, experiência vivida por toda a humanidade regenerada, que vislumbra sua vida nos horizontes da feliz eternidade de Deus. Entre Cristo e nós há bem mais do que uma simples solidariedade natural, pois Ele não é um em oposição a nós, nem um entre nós; nós fomos incluídos em sua vida e em seu corpo nós nos encontramos.         O curso de nossa vida não se define pelos acontecimentos narrados pelos historiadores, ele resulta de uma luta espiritual decisiva, que perpassa silenciosamente o interior da história e nos permi

Reflexão do Evangelho - Quarta-feira 25 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Lc 11, 29-32 - O sinal de Jonas Quarta-feira 25 de Fevereiro          Por que as palavras de Jesus causavam estranheza às autoridades da época? Ele acabara de falar do amor a Deus e aos homens, mais importante do que as múltiplas tradições e prescrições humanas. A ira deles aumentava a cada momento, mas Jesus não se deixa intimidar, com firmeza e serenidade, Ele declara ser presença do amor benevolente do Pai. Os escribas e fariseus, em sua incredulidade, não confiam em suas palavras e revelam certa aversão, que bem pode refletir uma ponta de inveja, porque até então eles se tinham como único padrão e critério da verdade e da ortodoxia. Não obstante isso, eles lhe pedem um sinal do alto. A resposta de Jesus, calma e desafiadora, remete-os ao profeta Jonas, que Ele apresenta como figura de sua morte e ressurreição. O povo de Nínive, descrito em seu processo de penitência e conversão, simboliza o novo Povo de Deus, instituído por Ele. Mas inebriados pelo

Reflexão do Evangelho - Terça-feira – 24 de fevereiro

Reflexão do Evangelho Mt 6, 7-15 - A oração do Pai-Nosso Terça-feira – 24 de fevereiro        Três vezes ao dia, os judeus eram convidados a orar, e os rabinos tinham uma oração para cada ocasião. Jesus, homem de oração constante, alerta os discípulos contra o formalismo que podia conferir um cunho impessoal e mecânico às preces. A propósito disso, Cromácio de Aquileia escreve que, “segundo as palavras do Mestre, nossa oração não é medida pela prolixidade de palavras, mas pela fé do coração e pelas obras de justiça”. São Cirilo de Alexandria recorda que “a loquacidade era chamada de ‘battologia’, palavra proveniente do nome de um grego chamado Batto, autor de longos hinos, prolixos e cheios de repetições, em honra dos ídolos. Ao contrário, diz ele, Jesus ordena orar com brevidade, sóbria e sucintamente, pois Deus conhece nossas necessidades antes mesmo que as exponhamos”. O próprio Jesus oferece múltiplos exemplos e belos ensinamentos a respeito de uma vida dedicada à oração

Reflexão do Evangelho Segunda-feira 23 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Mt 25, 31-46 - O último julgamento Segunda-feira 23 de Fevereiro        Com voz branda e serena, Jesus descreve o último julgamento. Suas palavras transmitem confiança e esperança. O fim dos tempos não será dissolução aterradora do mundo atual, nem será causa de medo e de temor. S. João Crisóstomo comenta: “Assim como o Senhor disse a Tomé: ‘coloque aqui teu dedo’, nessa ocasião de sua vinda gloriosa, Ele mostrará suas chagas e sua cruz, e todos hão de reconhecê-lo como aquele que foi crucificado. Sinal salutar, grande, esplendoroso da benevolência divina”. Haverá, sem dúvida, necessidade de uma preparação adequada para esse encontro decisivo com o Senhor, descrito como cumprimento misericordioso e eterno do desígnio divino de salvação. Momento triunfal do retorno do Filho de Deus, que veio para salvar-nos e não para nos condenar. O temor e a incerteza dissipam-se, e nós contemplamos nele a realização das promessas de salvação.         Ansiosos, os disc

Reflexão do Evangelho - Domingo 22 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Mc 1, 12-15 - Tentação de Jesus no deserto Domingo 22 de Fevereiro O batismo de Jesus assinala ser Ele o verdadeiro “Ungido”, o eleito de Deus. De fato, Deus vem a nós e, no seu amor, entra em nossa história e, na pessoa de seu Filho Jesus, estabelece seu Reino de amor e de paz. Eis a missão de Jesus! Antes de iniciá-la, Ele sente necessidade de um tempo de jejum e de oração. Escreve o Evangelista S. Marcos: “E logo o Espírito o impeliu para o deserto. E ele esteve no deserto quarenta dias, sendo tentado por Satanás”. O deserto era considerado um lugar de recolhimento e de oração, e, popularmente, era também visto como um espaço reservado ao espírito maligno. Para os monges, ele constituía o lugar de combate espiritual para poder “saborear a doçura de Deus em uma sensação de total liberdade interior”. Em humilde abandono, eles suspiravam: “acendamos em nós o fogo divino entre esforços e lágrimas”. Convite para não se deixar dominar pela ideia de um agir a

Reflexão do Evangelho - Sábado 21 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Lc 5, 27-32 - Vocação de Mateus Sábado 21 de Fevereiro               Jesus se encontra em Cafarnaum, na movimentada rota de Damasco.  Razão da presença de aduanas e dos respectivos cobradores de impostos, chamados publicanos ( telovai ), dentre os quais Mateus, nome hebraico, provavelmente abreviação de Matatías, que significa “dom de Deus”. Ao saber da chegada do Mestre, Mateus o convida para uma refeição com os seus amigos e colegas cobradores de impostos, como ele. “Os fariseus vendo isto, perguntam aos discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e os pecadores?” Eles estavam escandalizados: como podia Ele participar de uma festa com aquelas pessoas?  Olhando-os em seu coração, Jesus repete o que dissera em outras ocasiões: “não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes”. Ele veio para todos, pois todos são dignos de atenção e de misericórdia, e quem se esquece disso é porque não compreende que Ele “não veio chamar j

Reflexão do Evangelho - Sexta-feira 20 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Mt 9,14-15 -  Discurso sobre o jejum Sexta-feira  20 de Fevereiro              Apesar de os profetas terem insistido menos sobre a severidade do jejum e muito mais sobre a conduta justa e caritativa para com o próximo, o s discípulos de João Batista e os fariseus multiplicavam jejuns e orações. Em Jesus a voz dos profetas se plenifica. O jejum torna-se sinal de um novo relacionamento com Deus e com o mundo, pois, acompanhado pela oração, ele supõe atos e atitudes de humildade, de amor e de esperança. Gesto religioso, ele prepara o homem para acolher a vinda do Reino de Deus. Nenhum sentido, pois, teria o jejum; pelo contrário, estaria se opondo ao Reino de Deus, restaurado por Cristo. Esse tempo não é tempo de jejum, mas de alegria e de festa.           Para melhor ser compreendido, Jesus se apresenta como o “noivo” das núpcias de Deus com o seu povo, e os discípulos são descritos como os amigos do noivo. Aos que criticam os Apóstolos por não jejuarem,

Reflexão do Evangelho - Quinta-feira 19 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Lc 9, 22-25 -  Condições para seguir Jesus Quinta-feira 19 de Fevereiro        Justamente após a profissão de fé do Apóstolo S. Pedro, os discípulos encontram-se diante de um novo enigma. Para espanto deles, Jesus lhes anuncia sua paixão e morte. Perturbados, eles não ousavam sequer pedir-lhe um esclarecimento.        Ao longo do caminho, Jesus se volta, vê seus discípulos, que deveriam estar prontos a tudo, e diz-lhes: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me”. Jesus não força, nem constrange, mas respeita a livre escolha de cada um. Alguns irão opor-se à sua missão, outros o seguirão. Então, Ele insiste: “Quem quer salvar a vida, vai perdê-la, mas o que perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará”.  Só quem arrisca sua vida por Ele e se dispõe a segui-lo, pelo caminho do sofrimento e da morte, pode ser seu discípulo. Os Apóstolos devem fazer a sua escolha. Ao dizer “perder a vida por causa de mim”,

Reflexão do Evangelho - Quarta-feira 18 de Fevereiro (Início da Quaresma)

Reflexão do Evangelho Mt 6, 1-6.16-18 - A esmola em segredo Quarta-feira 18 de Fevereiro (Início da Quaresma) Período de quarenta dias consagrado à penitência e à preparação para a festa da Páscoa - do latim Quadragesima, nome dado ao primeiro Domingo da Quaresma, por ser o quadragésimo dia antes de Sexta-feira Santa         Para os judeus, a oração, o jejum e a vigilância eram as colunas mestras da vida religiosa e constituíam os sinais característicos da pessoa piedosa. No tempo de Jesus, porém, muitos os praticavam com o simples intuito de se mostrar justo, sem um correlato interior. Era pura ostentação. Para Jesus, a verdadeira piedade é mais do que parecer bom ou santo. Na paciência do amor, Ele adverte: “Guardai-vos de praticar a vossa justiça diante dos homens para serdes vistos por eles”. Ao invés, para evitar uma piedade puramente formal, Ele aponta Deus e os irmãos, como referência essencial das ações humanas.    Ao ouvi-lo, os discípulos compreendem que a vaidad

Reflexão do Evangelho - Terça-feira 17 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Mc 8, 14-21 - O fermento dos fariseus Terça-feira 17 de Fevereiro        Em lugar da superabundância messiânica do pão ázimo da nova Páscoa, verdadeiro pão de vida eterna, os fariseus impõem aos seus discípulos o fardo insuportável de suas prescrições rituais, o alimento fermentado de suas “tradições humanas”. O pão ázimo simboliza o verdadeiro alimento de Israel. Nele, o fermento era excluído, talvez, por significar corrupção e, portanto, impureza. Nesse sentido, para preservar os discípulos do perigo da hipocrisia e dos abusos cometidos pelos fariseus ou da astúcia ardilosa de Herodes, Jesus declara que o velho fermento deve desaparecer. Pois no dizer de Orígenes, “o Senhor preparou aos seus discípulos, uma massa nova e espiritual, oferecendo-se a si mesmo, pão vivo descido dos céus e que dá vida ao mundo”.        De início, os próprios discípulos, preocupados com o fato de não terem trazido os pães, não o entendem. Pacientemente, Jesus quer movê-los

Reflexão do Evangelho - Segunda-feira 16 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Mc 8, 11-13 - Fariseus pedem um sinal do céu Segunda-feira 16 de Fevereiro        As palavras de Jesus atraíam todos os que tinham permanecido fiéis à mensagem dos profetas. Os fariseus, embora reconhecessem como essencial à Lei o amor a Deus e ao homem, substituíam o espírito da Lei pelas múltiplas práticas e detalhes insignificantes das tradições cultuais. Afastavam-se assim dos ensinamentos dos profetas e, por isso, sentiam-se em conflito com Cristo, que considerava muito mais importante o amor a Deus e aos homens do que as prescrições estabelecidas por eles. Então, puseram-se a discutir com Jesus, e “para pô-lo à prova, pediam-lhe um sinal vindo do céu”. A serenidade do Senhor é impressionante, porque não foram poucos os milagres e sinais que Ele já tinha realizado. Que queriam eles? Qual sinal do céu? S. João Crisóstomo responde: “Sem dúvida, pensavam que Ele devesse parar o sol, ou pôr freio à lua, ou fazer cair raios do céu ou transtornar a atmo

Reflexão do Evangelho - Domingo 15 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Mc 1, 40-45 - Cura de um leproso Domingo 15 de Fevereiro         Um leproso se aproxima de Jesus e suplica: “Senhor, se queres, tens poder para purificar-me”. Pela Lei mosaica, a lepra era considerada uma doença passível de excomunhão. Quem a contraísse seria excluído do convívio comunitário e se, por acaso, alguém fosse curado, ele devia submeter-se ao rito de purificação. Por isso, ao milagre da cura de um leproso, sinal dos tempos messiânicos, liga-se a purificação.                                     Apesar de tantas restrições e normas, o leproso não hesita. Aproxima-se do Mestre, que, sereno, não se afasta, acolhe-o. A pureza interior de Jesus é intocável. A cena comove os Apóstolos, levando-os à admiração e ao enlevo espiritual. De sua parte, profundamente sensibilizado, o leproso se prosterna, em sinal de adoração e, num ato de profunda humildade e de abandono confiante, implora: “Se queres, podes limpar-me”.        Colocando-se acima da inter

Reflexão do Evangelho - Sábado 14 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Mc 8, 1-10 - Multiplicação dos pães (segunda) Sábado 14 de Fevereiro               Jesus sobe à montanha e senta-se. Os enfermos que dele se aproximam são curados, sinal da presença de Deus e do seu imenso amor por todos. Realizam-se em Jesus as palavras dos profetas que anunciavam o Messias como aquele que reuniria as ovelhas dispersas e desgarradas, feridas e débeis. E não só. O que aos discípulos parecia impossível, alimentar naquele lugar desértico a multidão de pessoas que o seguia, torna-se um fato real. À mente deles, surge a imagem da solicitude de Deus, alimentando no deserto o povo de Israel. De fato, muitos dos que lá se encontram vieram de longe. Como alimentá-los? Quem toma a iniciativa é o próprio Jesus, que, olhando ao seu redor, exclama: “Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que está comigo e não tem o que comer”. Mais do que um simples sentimento, a palavra compaixão expressa algo que provém do interior de sua alma, de s

Reflexão do Evangelho - Sexta-feira 13 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Mc 7, 31-37 - Cura do surdo-mudo Sexta-feira 13 de Fevereiro        O Cristianismo se alicerça na ação de Jesus, que veio para nos reconciliar com o Pai: é a filantropia ou, em latim, a humanitas  do Salvador, em seu amor compassivo pelo homem. Com esta palavra, o Apóstolo Paulo sintetiza a obra de Jesus: “Quando a bondade e o amor de Deus, nosso Salvador, se manifestaram, ele salvou-nos, não por causa dos atos justos que houvéssemos praticado, mas porque, por sua misericórdia, formos lavados pelo poder regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tt 3,4s). Os milagres atestam justamente esse amor misericordioso de Jesus para conosco. Ao pedido de uma mãe aflita e angustiada, mesmo sem contato direto, Ele cura a filha enferma, por causa de sua fé e de sua profunda humildade. O poder divino irradia-se de sua pessoa, impregnando até mesmo suas vestes, como no caso da cura da mulher hemorroíssa. É a presença do Reino de Deus, já entre nós, início de um novo t

Reflexão do Evangelho - Quinta-feira 12 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Mc 7, 24-30 - Cura da filha da Cananeia Quinta-feira 12 de Fevereiro               Jesus se encontra em terra estrangeira, cuja população se liga aos antigos cananeus, execrados pelos judeus. E é uma filha desse povo que suplica, exclamando como os dois cegos: “Tem piedade de mim, Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim; a minha filha está horrivelmente endemoninhada” (Mt 15,21). No dizer de S. Hilário de Poitiers, “a filha da mulher cananeia aparece como figura de todos os povos pagãos, que se converterão ao Senhor”. A resposta imediata de Jesus reflete a mentalidade presente entre os judeus, de que o Messias daria prioridade aos filhos de Israel: “Não fica bem tirar o pão dos filhos e atirá-los aos cachorrinhos”. No entanto, a cananeia persevera e não desiste, sua fé é grande e ela crê que Ele pode curar a sua filha. Com confiança, ela profere a surpreendente confissão: “Isso é verdade, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem

Reflexão do Evangelho - Terça-feira 10 de Fevereiro e Quarta-feira 11 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Mc 7, 1-13. 14.23 - Discussão sobre as tradições farisaicas Terça-feira 10 de Fevereiro e Quarta-feira 11 de Fevereiro               Os pensamentos dos que estão ao seu redor e as considerações evasivas que fazem não passam despercebidos, pois Jesus conhece “até suas intenções interiores mais profundas” (S. Clemente de Roma). Por isso, firme e suavemente, Ele leva seus discípulos a se desprenderem das práticas farisaicas, meramente exteriores e insuficientes, impostas ao povo, qual fardo insuportável. De fato, por atribuírem o máximo valor aos insignificantes preceitos da Lei, estendendo-os à vida comum de cada dia, os fariseus são recriminados por Jesus pela sua hipocrisia, não por simularem, mas pelo exagerado legalismo, que impede o povo de reconhecer a misericórdia como Lei básica da Aliança divina. Acima das prescrições e da casuística das interpretações, Jesus incute em seus discípulos a honra e o culto devidos ao Pai. Ouvindo-o, a multidão se ale

Reflexão do Evangelho - Segunda-feira 09 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Mc 6, 53-56 Curas ao redor de Genesaré Segunda-feira 09 de Fevereiro          Uma vez mais, Jesus encontra-se na região da Galileia, mais precisamente, em Genesaré, vasta faixa de terra fértil, situada na planície de Genesaré, na margem ocidental do lago do mesmo nome. Além da multiplicação dos pães e do fato de caminhar sobre as ondas do mar, Ele realiza aí muitos outros milagres. Admirado, o povo o considera mais do que um simples taumaturgo e, maravilhado com os seus ensinamentos, compara-o a Moisés, que com autoridade falava ao povo, no deserto. À mente de todos, surge a questão: não é ele o Messias? O milagre provoca curiosidade e espanto. O povo vê-se diante do inaudito e do estupendo, manifestações do milagre, que os encanta e os inebria, deixando, no entanto, na penumbra, o essencial: o poder salvífico de Deus, manifestado plenamente em Jesus.   Sinal da ação divina, o milagre atesta o imenso amor de Deus, revelado no mistério do seu Filho Jesus

Reflexão do Evangelho -Domingo 08 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Mc 1, 29-39 - A cura da sogra de Pedro Domingo 08 de Fevereiro        Logo no início de sua vida pública, Jesus costumava ir à casa de Simão, que vivia em Cafarnaum. Certa feita, vendo a sogra de Pedro doente, Jesus dela se aproxima e, tomando-a pela mão, Ele a levanta da cama. O fato de a febre passar imediatamente, graças ao toque de Jesus, faz com que São Jerônimo suplique: “Que o Senhor toque também nossa mão, para que sejam purificadas nossas obras, que Ele entre em nossa casa, para que nos levantemos para servir”. Ao entardecer, já curada, a sogra de Pedro servia-os. Ao curar os doentes, Jesus nos convida a estender nossa mão àquele que está caído para levantá-lo e transmitir-lhe novo ânimo no encontro com a Palavra do Senhor. Façamos o mesmo com os que estão angustiados ou acorrentados às realidades materiais. A todos comuniquemos a Boa-Nova do Evangelho, pois mesmo caído, quem se deixa tocar pelo amor de Jesus vai se erguer e estará pronto a ser

Reflexão do Evangelho - Sábado 07 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Mc 6, 30-34 - Regresso dos Doze Apóstolos Sábado 07 de Fevereiro        Logo após ter recebido a notícia da morte de João Batista, os Apóstolos retornam a Cafarnaum. Lá, encontrava-se Jesus rodeado por uma multidão, pois sua fama se espalhara por toda a parte. Os Apóstolos, alegres com o sucesso do que tinham feito e ensinado, são convidados por Jesus a irem a um lugar solitário “para descansar um pouco”. Expressão que também indica seu desejo de dar-lhes um ensinamento pessoal, e que nos faz lembrar as palavras ditas por Ele em outra ocasião: “Virá um tempo em que a verdade dita na intimidade será proclamada sobre os telhados”. Os Apóstolos, dois a dois, tinham ido de cidade em cidade para anunciar o Evangelho e curar os enfermos. Eram como viandantes, desapegados de tudo. Deixavam-se gastar no serviço aos irmãos, agora, terão de reservar o tempo necessário para a prece e para o devido descanso. “E foram de barco a um lugar deserto, afastado”.         

Reflexão do Evangelho - Sexta-feira 06 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Mc 6, 14-29 - Morte de João Batista Sexta-feira 06 de Fevereiro        O Evangelho de São Marcos, de onde foi retirada a citação acima, relata a morte de João Batista como uma espécie de prelúdio à missão redentora de Jesus. Ele é apresentado como precursor do Cristo por sua morte, como o foi por sua pregação. Muitos cristãos chegam a apontar semelhanças entre os dois. Ambos foram profetas e ambos testemunharam a verdade, ao preço de sua própria vida. João Batista foi assassinado por ordem de Herodes, e Jesus, depois de ser entregue a Pôncio Pilatos por seus adversários, morreu na cruz. Quantos seguiram Jesus no martírio, fortalecidos em seus corações pelo amor a Deus e por sua verdade! João Batista preferiu afrontar o ódio do rei, em vez de negar os mandamentos de Deus apenas para adulá-lo. Embora aconselhado por João a deixar o pecado do adultério, porque Herodes vivia em concubinato com a mulher do próprio irmão, o rei preferiu livrar-se do homem que

Reflexão do Evangelho - Quinta-feira 05 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Mc 6, 7-13 - A missão dos Doze Quinta-feira 05 de Fevereiro                   Um dia, Jesus participava de uma festa de casamento e, alertado por sua mãe, percebe o constrangimento do dono da casa. Tinha acabado o vinho, e para que o organizador da festa não se envergonhasse, Ele manifesta, pela primeira vez, o seu poder. O fato impressiona vivamente seus discípulos, que tinham deixado as redes sem hesitar para segui-lo. Mais tarde, Jesus escolhe dentre eles doze Apóstolos e os “envia a proclamar o Reino de Deus e a curar”. Com ênfase, recomenda-lhes que nada levem consigo, pois Ele os quer livres de todo apego aos bens materiais e de toda preocupação em obter posses terrenas. A partir daquele dia, eles viverão desapegados de tudo, sem preocupações como os pássaros do céu. No entanto, nas areias áridas do desprendimento e da renúncia, suspirando por um refrigério, eles vislumbram no horizonte, num oásis de paz, o vulto do Senhor, que os proverá. “A glór

Reflexão do Evangelho - Quarta-feira 04 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho Mc 6, 1-36 - Jesus em Nazaré Quarta-feira 04 de Fevereiro               Ao longo de sua missão, Jesus anuncia o reino da Verdade, em contraposição ao reino da ilusão, da falsidade e da mentira. Sua ação redentora e santificadora corresponde ao fato de Ele dar testemunho da Verdade e o ato de fé dos que o seguem supõe, por sua vez, buscar e viver a sua mensagem, e, por conseguinte, dar testemunho da Verdade. Daí, a grande importância dada nos Evangelhos ao verbo escutar (akouein), visto como caminho seguro para se chegar à fé: “Quem ouve a minha palavra e crê em quem me enviou, tem vida eterna e não é submetido a julgamento, mas passou da morte à vida” (Jo 5,24).        A falta de fé equivale a não escutar a palavra de Jesus e constitui um obstáculo para obter a saúde do corpo e da alma. É o que os discípulos irão constatar justamente quando Jesus, depois de certo tempo distante de sua “pátria”, resolve voltar a Nazaré, onde tinha sido criado. Num dia de