Reflexão do Evangelho - Sexta-feira 13 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho
Mc 7, 31-37 - Cura do surdo-mudo
Sexta-feira 13 de Fevereiro

       O Cristianismo se alicerça na ação de Jesus, que veio para nos reconciliar com o Pai: é a filantropia ou, em latim, a humanitas  do Salvador, em seu amor compassivo pelo homem. Com esta palavra, o Apóstolo Paulo sintetiza a obra de Jesus: “Quando a bondade e o amor de Deus, nosso Salvador, se manifestaram, ele salvou-nos, não por causa dos atos justos que houvéssemos praticado, mas porque, por sua misericórdia, formos lavados pelo poder regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tt 3,4s). Os milagres atestam justamente esse amor misericordioso de Jesus para conosco. Ao pedido de uma mãe aflita e angustiada, mesmo sem contato direto, Ele cura a filha enferma, por causa de sua fé e de sua profunda humildade. O poder divino irradia-se de sua pessoa, impregnando até mesmo suas vestes, como no caso da cura da mulher hemorroíssa. É a presença do Reino de Deus, já entre nós, início de um novo tempo, de outra dimensão, em que reina a liberdade dos filhos de Deus.
Agora, Jesus encontra-se em território pagão. Após passar pelas cidades de Tiro e Sidônia, Ele vai à Decápole onde lhe apresentam um surdo-mudo para ser curado. O fato de estar em terras estrangeiras é prenúncio, segundo S. Gregório Magno, de que “todas as nações iriam escutar e falar da vinda do próprio Deus em pessoa”. Ele toca-lhe os ouvidos e a língua e diz-lhe: “Éffatha”, que quer dizer: “Abre-te!”. Palavras que ficaram na memória dos que lá estavam e indicam a cura da surdez física, mas também a abertura do coração à fé, que exige “escuta” e discernimento para crer no que não se vê. Se no amanhecer da criação, “Ele fez tudo bem”, na nova criação “Ele faz tudo novo”.  O homem todo é salvo.  

       Dúvidas e resistências acompanham a experiência da fé, que é crescimento constante. Também os Apóstolos deverão chegar, pouco a pouco, à fé integral e autêntica, à percepção de Deus no coração de sua vida, iluminando-os e guiando-os. Por isso, é significativo o fato de se dizer que o surdo-mudo começou a falar “corretamente”, para indicar não só ter ele articulado bem as palavras, mas de ele estar atento à mensagem do Senhor, que o toca interiormente. O surdo-mudo se converte e, no caminhar da fé, passa da obscuridade à luz da Palavra amorosa de Deus e proclama Jesus como presença entre nós da salvação divina.  

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