Reflexão do Evangelho - Segunda-feira 02 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho
Lc 2, 22-40 - Apresentação de Jesus
Segunda-feira 02 de Fevereiro
                   
       Fiéis às leis e normas do seu povo, Maria e José levam Jesus ao Templo para apresentá-lo a Deus. Ao vê-los, Simeão pega o Menino dos braços de sua mãe. Momento solene e comovedor. Após dar graças a Deus, ele declara ser o Menino a glória de Israel e a salvação para todas as nações. Torna-se, no dizer de S. Agostinho, “um desses pequenos a quem é prometido o Reino; o justo Simeão viu-o também com o coração, pois o conheceu recém-nascido; e viu-o igualmente com os olhos porque o tomou entre os braços. Vendo-o de um e de outro modo, reconhecendo-o Filho de Deus e abraçando o gerado da Virgem, deu seu último suspiro: ‘Agora, Soberano Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque meus olhos viram a tua salvação”. Eis nos braços de Simeão, o Filho de Deus, o Salvador da humanidade, “aquele que sustenta a nossa fraqueza e corrige a desordem presente em nossas almas”! (S. Basílio) Mas, voltando-se para Maria, com palavras que expressam luta, dificuldade e morte, o profeta prediz: “E a ti, uma espada traspassará tua alma”. Maria o compreendeu, também nós. Só na dor, o Menino pode ser apresentado como sinal de salvação para as nações.
       Com naturalidade, após a Apresentação no Templo, o Evangelista S. Lucas relata o retorno de Maria e José à Galileia, região citada pelo profeta Isaías como aquela da qual resplandeceria uma grande luz. S. Jerônimo fala do “lugar onde a terra fez florescer o Salvador, donde se elevou o germe justo e a flor do tronco de Jessé. Lugar chamado Nazaré que em hebraico significa: Santidade, Germe, Flor, Ramo”. Conhecido como Nazareno, pelo sua infância, Jesus será também chamado Nazareu, nome que designa os que fazem votos de “nazirenato” ou se “colocam à parte para Deus”. De fato, Ele é o “Santo”, o “Santo de Deus” por excelência. Título que será destacado por São João, segundo Rupert de Deutz, como “essencial à identidade do Crucificado”. “Não só por ser Ele o Salvador e Rei – títulos que lhe eram atribuídos como um crime – mas por ser verdadeiramente o Santo, significado pela palavra ‘nazarenus’”, de maneira a proclamar, no momento da crucifixão, o título que identifica sua messianidade: “Jesus Nazarenus, Rex Judaeorum”.              

       Mas vamos à casa do “filho do carpinteiro” em Nazaré. Junto a Maria, que “guardava tudo em seu coração”, aprendemos algumas lições da Sagrada Família. Maria, mãe extremosa, e José, solícito no seu silêncio, compõem o quadro da infância de Jesus e nos colocam no interior espiritual de uma vida familiar. A simplicidade e a beleza austera de Nazaré falam de um jovem que, após a morte de José, sustentava a família com suas mãos. Ele cresceu ao lado da mãe que lhe transmitia os primeiros ensinamentos e partilhava com Ele sua bondade e seu amor. A experiência de Nazaré estará presente ao longo da vida pública de Jesus, que criará ao seu redor um encanto cativante e familiar, uma atmosfera de doação e de ternura. Dele, seus seguidores aprenderão que existir é se relacionar e se comprometer com Deus e com os irmãos. Nazaré, belíssimo recanto da Galileia, foi o berço do Evangelho do amor e da vida.

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