Reflexão do Evangelho - Sábado 14 de Fevereiro
Reflexão do Evangelho
Mc 8, 1-10 -
Multiplicação dos pães (segunda)
Sábado 14 de Fevereiro
Jesus
sobe à montanha e senta-se. Os enfermos que dele se aproximam são curados, sinal
da presença de Deus e do seu imenso amor por todos. Realizam-se em Jesus as
palavras dos profetas que anunciavam o Messias como aquele que reuniria as ovelhas
dispersas e desgarradas, feridas e débeis. E não só. O que aos discípulos parecia
impossível, alimentar naquele lugar desértico a multidão de pessoas que o
seguia, torna-se um fato real. À mente deles, surge a imagem da solicitude de
Deus, alimentando no deserto o povo de Israel.
De fato, muitos dos que
lá se encontram vieram de longe. Como alimentá-los? Quem toma a iniciativa é o próprio
Jesus, que, olhando ao seu redor, exclama: “Tenho compaixão da multidão, porque
já faz três dias que está comigo e não tem o que comer”. Mais do que um simples
sentimento, a palavra compaixão expressa algo que provém do interior de sua
alma, de suas entranhas (splagxvízomai).
Com ternura, diz Ele: “Não quero despedi-los em jejum, de medo que possam
desfalecer pelo caminho” e, tomando os sete pães que lhe apresentam, após a
tríplice ação de bendizer, partir e dar, que terá seu paralelo na última ceia,
Ele lhes propicia alimento em abundância.
Este milagre é considerado pelos Santos Padres como prenúncio da instituição
da Eucaristia. Escreve S. Hilário de Poitiers: “Aquela multidão é saciada pela
Palavra de Deus, proveniente da Lei e dos profetas, e da abundância do poder
divino, reservado aos pagãos, juntamente com o serviço do alimento eterno, comunicado
aos Doze Apóstolos”. Com efeito, também denominada “ágape”, a Eucaristia indica
o amor generoso e gratuito de Deus, doando-se à humanidade como alimento
espiritual. É “a grande santa Ceia messiânica, no dizer de S. Ambrósio,
oferecida às comunidades, provenientes de perto, os judeus, de longe, os
pagãos”. Para participar dela, mais importante do que lavar as mãos é purificar
o coração, pois só assim se há de ‘compreender’ que, em Jesus, Deus se fez presente
no íntimo do homem e o alimenta com a sua própria vida.
Desde já, a mesa do Reino torna-se acessível a todos, contanto que
acolham, no poder daquele que fez todas as coisas, a Palavra transformadora e
renovadora do Evangelho. Na celebração da Ceia, Cristo está presente no dom de
si mesmo, Ele que nos diz: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come
deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é o meu corpo, para a vida
do mundo” (Jo 6,51s).
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