Reflexão do Evangelho - Terça-feira 10 de Fevereiro e Quarta-feira 11 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho
Mc 7, 1-13. 14.23 - Discussão sobre as tradições farisaicas
Terça-feira 10 de Fevereiro e Quarta-feira 11 de Fevereiro
      
       Os pensamentos dos que estão ao seu redor e as considerações evasivas que fazem não passam despercebidos, pois Jesus conhece “até suas intenções interiores mais profundas” (S. Clemente de Roma). Por isso, firme e suavemente, Ele leva seus discípulos a se desprenderem das práticas farisaicas, meramente exteriores e insuficientes, impostas ao povo, qual fardo insuportável. De fato, por atribuírem o máximo valor aos insignificantes preceitos da Lei, estendendo-os à vida comum de cada dia, os fariseus são recriminados por Jesus pela sua hipocrisia, não por simularem, mas pelo exagerado legalismo, que impede o povo de reconhecer a misericórdia como Lei básica da Aliança divina.
Acima das prescrições e da casuística das interpretações, Jesus incute em seus discípulos a honra e o culto devidos ao Pai. Ouvindo-o, a multidão se alegrava, permanecendo, porém, um tanto ressabiada, porque acolher a palavra de Jesus era colocar-se contra os escribas e fariseus. No entanto, pouco a pouco, seus ouvintes se certificam da intransigência e do falso legalismo dos fariseus, que se tinham afastado da doutrina dos profetas, que anunciavam a justiça e a misericórdia divina. A pregação de Jesus está bem longe de um moralismo negativo, que se converte em proibições e “virtudes” formais, pois ao contrário de escravizar, Ele quer tornar os corações livres pelo cumprimento do amor a Deus e ao próximo. Ele prioriza não as prescrições e costumes, mas a vida; quem se doa aos seus semelhantes, serve a Deus e se renova interiormente.

A surpresa dos ouvintes é grande, quando eles o ouvem dizer que a verdadeira impureza não procede do exterior, mas do interior da pessoa: “Nada há no exterior do homem que, penetrando nele, o possa tornar impuro; mas o que sai do homem, isso é o que o torna impuro”. E não só. Para viver a pureza de coração é necessário passar das práticas exteriores às interiores, porque o encontro com Deus não resulta unicamente dos atos externos, mas é fruto de uma intenção reta e íntegra. E de maneira clara e inequívoca, Ele os exorta a se deixarem guiar pela prática do primeiro e maior mandamento da Lei de Deus, o amor misericordioso, vivido e testemunhado, jamais eclipsado. Se os fariseus não compreendem Jesus e bradam injúrias contra Ele, a multidão, ao contrário, rende-se aos seus ensinamentos.

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