Reflexão do Evangelho - Terça-feira 17 de Fevereiro

Reflexão do Evangelho
Mc 8, 14-21 - O fermento dos fariseus
Terça-feira 17 de Fevereiro

       Em lugar da superabundância messiânica do pão ázimo da nova Páscoa, verdadeiro pão de vida eterna, os fariseus impõem aos seus discípulos o fardo insuportável de suas prescrições rituais, o alimento fermentado de suas “tradições humanas”. O pão ázimo simboliza o verdadeiro alimento de Israel. Nele, o fermento era excluído, talvez, por significar corrupção e, portanto, impureza. Nesse sentido, para preservar os discípulos do perigo da hipocrisia e dos abusos cometidos pelos fariseus ou da astúcia ardilosa de Herodes, Jesus declara que o velho fermento deve desaparecer. Pois no dizer de Orígenes, “o Senhor preparou aos seus discípulos, uma massa nova e espiritual, oferecendo-se a si mesmo, pão vivo descido dos céus e que dá vida ao mundo”.
       De início, os próprios discípulos, preocupados com o fato de não terem trazido os pães, não o entendem. Pacientemente, Jesus quer movê-los à compreensão de suas palavras. Fala-lhes da multiplicação dos pães e alude ao pão celestial, o pão do céu, para explicar que ser seu discípulo é ser sinal ou testemunha da verdadeira liberdade dos filhos de Deus.

Nesse contexto, torna-se compreensível a repreensão do Mestre: “Ainda não entendeis e nem compreendeis?” O verdadeiro pão, dado por Ele, é alimento para o espírito. Por isso, S. João Crisóstomo, reconhece o esforço do Senhor para “banir de seus corações a preocupação pelos alimentos, incutindo-lhes confiança em Deus e em sua ação benevolente”. De fato, a advertência de Jesus, contra o fermento dos fariseus e de Herodes, manifesta seu desejo de livrar os discípulos de preocupações, que os inquietem e turvem o coração. Na realidade, Ele quer despertar neles confiança em Deus e fidelidade a Ele, que é Pai e se ocupa até dos passarinhos e encanta a todos com a beleza das miríades de flores. Só então, interiormente livres, eles compreenderão os seus ensinamentos e se saciarão do verdadeiro pão descido dos céus. 

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