Reflexão do Evangelho - Sábado 21 de Fevereiro
Reflexão do Evangelho
Lc 5, 27-32 - Vocação
de Mateus
Sábado 21 de
Fevereiro
Jesus
se encontra em Cafarnaum, na movimentada rota de Damasco. Razão da presença de aduanas e dos respectivos
cobradores de impostos, chamados publicanos (telovai), dentre os quais Mateus, nome hebraico, provavelmente
abreviação de Matatías, que significa “dom de Deus”. Ao saber da chegada do
Mestre, Mateus o convida para uma refeição com os seus amigos e colegas
cobradores de impostos, como ele. “Os fariseus vendo isto, perguntam aos
discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e os pecadores?” Eles
estavam escandalizados: como podia Ele participar de uma festa com aquelas
pessoas? Olhando-os em seu coração,
Jesus repete o que dissera em outras ocasiões: “não são os que têm saúde que
precisam de médico, mas sim os doentes”. Ele veio para todos, pois todos são
dignos de atenção e de misericórdia, e quem se esquece disso é porque não
compreende que Ele “não veio chamar justos, mas pecadores”. E dirigindo-se a
Mateus, disse-lhe: “Segue-me”. E ele, abandonando tudo, o seguiu.
A tradição patrística e a literatura
ascética destacam dois aspectos fundamentais da vocação de Mateus: o apelo
gratuito e eficaz do Senhor, que revela a sua bondade e o seu poder, e a resposta
pronta e incondicional de Mateus, que aponta para sua acolhida e
disponibilidade. Jesus, segundo S. Beda, o venerável, “viu mais com os olhos
interiores do seu amor do que com os olhos corporais. Jesus viu o publicano e,
porque o amou, o escolheu, e lhe disse: segue-me, isto é, imita-me. Ele o segue,
menos com seus passos, mas muito mais com seu modo de agir, pois quem está em
Cristo, anda de contínuo como Ele andou”.
O
fato de Mateus deixar tudo e passar a pertencer ao grupo dos discípulos impressionou
vivamente S. Jerônimo, que declara “ter Mateus dito ser um publicano para
mostrar que ninguém deve se desesperar sobre sua salvação”. Jamais. A
confiança, esta sim, a confiança infantil no Senhor, que “conhecendo, observa
S. João Crisóstomo, os secretos pensamentos de cada pessoa, sabe o momento em
que cada pessoa está pronta para escutar o seu chamado”.
Já no final do
encontro, apesar de os fariseus se mostrarem incapazes de compreender o seu
gesto, Jesus lhes faz ainda um novo apelo: “Ide, pois, e aprendei o que
significa: misericórdia é que eu quero, e não sacrifício”. O coração de Jesus
extravasa carinho por todos, movido pelo ardente desejo de levar cada um à
prática do amor e a viver a compaixão misericordiosa no cuidado dos pobres e
pecadores.
Comentários
Postar um comentário