Reflexão do Evangelho - Terça-feira, 25 de outubro
Reflexão do
Evangelho
Terça-feira, 25
de outubro
Lc 13,18-21 - As
parábolas do grão de mostarda e do fermento
Através das parábolas, breves histórias e
fatos corriqueiros do cotidiano, o Senhor fala às pessoas de boa vontade, colocando-as
perante Deus. Nesse sentido, exorta-as a se reconhecerem como provenientes de
Deus, felicidade perfeita, que as marcou com o sinal indelével do seu amor.
Nesse
contexto, pode-se falar de uma pertença “natural” do homem a Deus e de seu
constante retorno às origens, não obrigado de fora, nem movido pela ganância ou
pelo poder, mas na autonomia de sua liberdade. É um crescimento contínuo,
comparado ao processo lento e progressivo de maturação na natureza, como o grão
de mostarda e o fermento colocado na farinha para fermentá-la. Palavras simples
e acessíveis, que dispõem os ouvintes, diz S. Jerônimo, “a receber o grão da pregação
da Palavra e a se nutrir com a fé, de modo que o pequeno grão germine e cresça
no campo de seus corações”.
Nas
margens do mar de Genesaré, seus ouvintes podem ver, diante de si, um arbusto de
três metros de altura. O pequeno grão tornou-se uma árvore frondosa, com bela
ramagem e fortes galhos, “a tal ponto que as aves dos céus se abrigam em seus
ramos”. As aves simbolizam, no dizer de S. Hilário de Poitiers, “os Apóstolos,
os quais se dividem e se espalham a partir do poder de Jesus”. Como o fermento,
eles irão promover o crescimento do Reino de Deus a partir da Palavra
proclamada ou, no dizer de S. João Crisóstomo, “eles irão difundir progressivamente
por toda a massa a mensagem do Evangelho”.
Apesar
dos meios serem simples, semente e fermento, os resultados se apresentam
extraordinários. Assim, instruídos pelo Senhor e inspirados por Ele, os
discípulos são orientados a conceber a difusão do Reino de um modo discreto e
singelo, diferentemente da concepção de algumas correntes religiosas vigentes
na época, que esperavam a vinda do Reino como manifestação grandiosa e
estupenda do poder de Deus. Nos propósitos de Jesus, a instauração do Reino é
fruto de uma transformação interior, escondida e silenciosa, retorno do ser
humano ao seu estado de criatura, pois, como observa S. Gregório de Nissa, “no
mistério presente em nós trazemos a marca da inefável divindade”. A pequenez do
grão e a pequena quantidade de fermento ressaltam o triunfo da grandeza de Deus,
e mostram que o Reino acontece, lentamente, e que ainda hoje estamos nos
inícios da realização dos planos de Deus.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
DEUS lhe abençoe e o ilumine. Obrigado p/ reflexão d. Fernando.
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