Reflexão do Evangelho de quarta-feira 19 de outubro





Reflexão do Evangelho de quarta-feira 19 de outubro
Lc 12, 39-48 - Vigiai, pois o Senhor não tarda a vir.
   
   
Só Deus é capaz de vencer a morte e, no seu poder, oferecer-nos o mais belo tesouro: a paz, a alegria e a salvação definitiva, não apenas do corpo e da alma, mas a salvação integral: nossa coexistência com os outros, com a natureza e com Deus. Esse processo compreende, portanto, uma transformação social - ninguém é alheio ou indiferente ao outro - e um projeto de solidariedade humana de acolhida e de abertura a todos. Assim, enredados, direta ou indiretamente, com a vida de tantos outros, nossa ação se faz presente no nível da reciprocidade para juntos caminharmos, numa convivência harmoniosa, para nossa Pátria e felicidade.   
Como se infere, no fim dos tempos, “todos os homens se reconhecerão irmãos” e serão integrados na rica e complexa unidade do amor misericordioso de Deus. Porém, como nossa história se realiza em meio a ambiguidades, Jesus nos alerta sobre o risco de perder esse tesouro se não estivermos vigilantes, pois não se sabe de antemão nem o dia, nem a hora em que virá o Filho do Homem. Orígenes, grande escritor do século III, aconselha os homens que se mantenham em vigília pela volta do Senhor tanto à tarde, à meia-noite, ao canto do galo, quanto de madrugada. Trata-se de uma comparação com as diversas idades do homem, ou seja, devemos nos manter vigilantes na juventude, na meia-idade, na velhice e na mais avançada fase da vida. E conclui ele: “Virá o Senhor ao que não deu sono aos seus olhos, nem descanso às suas pálpebras, e guardou o mandamento daquele que disse 'vigiai em todo tempo'”. Diante do fato de “nem mesmos os anjos do céu saberem quando será a volta do Senhor”, recomenda São João Crisóstomo: “Cada um sempre o espere e sempre se empenhe no serviço aos pobres e desvalidos”.
Lembramos que a Tradição cristã chama o momento após a morte de julgamento pessoal, para distingui-lo do julgamento último, universal, que também não deixa de ser pessoal. O ser humano, em sua situação de criatura livre e responsável, vive em comunhão com os seus semelhantes, cuja alteridade permanece irreduzível. Na ressurreição final, Deus será tudo em todas as coisas, especialmente, no homem em sua relação essencial com o universo: graças ao Espírito Santo se inaugurará o novo céu e a nova terra, e se efetivará a verdadeira nova criação de Deus.

Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM

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